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GM propõe reajuste zero de salários em São José dos Campos

Para amenizar a falta de reajuste em 2019, a empresa ofereceu abono salarial de R$ 2,5 mil. Funcionários ainda devem decidir se aceitam ou não

Logo da General Motors (Edgard Garrido/Reuters)

Logo da General Motors (Edgard Garrido/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 15h21.

São Paulo - Como parte do esforço para conter custos no Brasil, a GM propôs aos trabalhadores da fábrica de São José dos Campos, no interior paulista, que não haja reajuste salarial em 2019.

Em 2020, o aumento seria de 60% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A reposição total pela inflação, segundo o mesmo índice, só voltaria em 2021.

Para amenizar a falta de reajuste em 2019, a empresa ofereceu abono salarial de R$ 2,5 mil. Para 2020, já com a reposição parcial da inflação, o abono cairia para R$ 1,5 mil. Em 2021, com a reposição total, deixa de haver abono.

A proposta, que envolve outras nove questões, foi feita após seis rodadas de negociações com o sindicato dos metalúrgicos da cidade. Os funcionários da fábrica farão uma votação nesta quarta-feira para decidir se aceitam ou não.

A negociação foi iniciada em janeiro depois de a montadora ameaçar deixar de produzir no Brasil caso não voltasse a ter lucro em 2019, depois de três anos seguidos de prejuízo.

Para isso, a empresa busca reduzir custos trabalhistas nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, além de negociar com o governo do Estado a antecipação de créditos acumulados no ICMS.

Em São José, a GM começou as conversas com 28 reivindicações. Após as rodadas de negociações, a pauta caiu para 10 pontos. Em um deles, que toca no piso salarial de novos contratados, houve recuo da montadora.

No início, a empresa queria reduzir o piso de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil, uma queda de 30%. Agora, propõe redução para R$ 1,7 mil nesse momento, com aumento para R$ 1,8 mil em setembro.

A empresa chegou a abrir negociações com os metalúrgicos da fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, mas desistiu de todas as reivindicações em menos de uma semana.

A fábrica de Gravataí, responsável pela produção da maioria das versões do Onix, carro mais vendido do Brasil, é a que está em melhor situação.

A preocupação é que, se não houver acordos em São Paulo, a montadora pode concluir que não faz sentido manter só a unidade gaúcha, dado que perderia participação de mercado.

Os demais pedidos também envolvem mudanças nas participações dos trabalhadores em resultados e redução gradativa do adicional noturno até 2021, de 27% para 20%.

Os novos admitidos já entrariam com 20%. Para horas extras, a empresa quer a exclusão dos limites de 29 horas no mês ou 275 horas no ano.

Além disso, propõe garantia de emprego ao funcionário acidentado e com doença profissional e manutenção da estabilidade aos acidentados e portadores de doenças ocupacionais para os atuais trabalhadores.

Aos novos contratados, ficaria assegurada a legislação vigente.

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