Por enquanto, o sindicato não conseguiu reverter a decisão da montadora de demitir 819 metalúrgicos que deveriam voltar de lay-off (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2015 às 15h07.
São Paulo - A produção de veículos na fábrica da General Motors (GM) em São Caetano do Sul, no ABC paulista, será totalmente paralisada durante quase todo o mês de junho, para tentar diminuir os estoques, informou nesta quarta-feira, 27, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.
Segundo o dirigente sindical, os cerca de 5,5 mil trabalhadores da linha de produção ficarão afastados de 1º a 29 de junho. Com a parada, o sindicato estima que até 8 mil unidades deixarão de ser produzidas na planta neste período.
O afastamento dos trabalhadores já era cogitado desde a semana passada. A decisão oficial, porém, só foi tomada no fim da tarde de ontem, durante reunião entre o sindicato e a direção da fábrica.
De acordo com Cidão, ficou acertado que os trabalhadores terão folga de 1º a 10 de junho e, em seguida, entrarão em férias coletivas de 11 a 26 de junho, só retornado ao trabalho na segunda-feira, 29. O objetivo da medida, afirmou o sindicalista, é tentar baixar os estoques de veículos na fábrica, estimado por ele em 80 mil unidades.
O presidente do sindicato explicou que, no nível atual de produção, são fabricados de 20 a 25 veículos por hora na unidade. Durante a paralisação, portanto, a montadora deixará de produzir até 400 automóveis por dia de trabalho, quando metalúrgicos trabalham 16 horas em média.
De acordo com o sindicalista, no "ritmo normal" de funcionamento da fábrica, são produzidas até 56 unidades a cada 60 minutos. Na unidade de São Caetano do Sul, a General Motors produz os modelos Chevrolet Cruze, Montana, Spin e Cobalt.
Demissões
Cidão informou que, até o momento, o sindicato não conseguiu reverter a decisão da montadora de demitir 819 metalúrgicos que deveriam voltar de lay-off (suspensão temporária dos contratos) em 9 de junho.
A entidade tenta negociar um acordo com a empresa para garantir a estabilidade do emprego por seis meses a esses funcionários após o lay-off, e não o pagamento de seis salários, como previsto inicialmente. Na unidade, há ainda outros 900 metalúrgicos em lay-off até outubro.
Procurada, a GM ainda não se pronunciou.