Subir nível do colesterol bom não reduz risco de doenças cardiovasculares (Loic Venance/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 18h00.
Nova York - A Gilead Sciences anunciou nesta segunda-feira ter fechado um acordo para comprar a Pharmasset por 11 bilhões de dólares, em uma grande aposta para diversificar seu portfólio de remédios para o tratamento de hepatite C.
A Gilead, maior fabricante de remédios contra o vírus HIV, pagará 137 dólares por ação da Pharmasset, um prêmio de 89 por cento em relação ao valor de fechamento da sexta-feira, de 72,67 dólares.
A ação da Pharmasset foi destaque no setor de biotecnologia no ano passado graças ao potencial de seus remédios experimentais para hepatite C.
Às 17h07 (no horário de Brasília), a ação da Pharmasset disparava quase 85 por cento. Os papéis da Gilead, que afirmou que o acordo reduzirá seus lucros até 2014, recuavam 10,5 por cento.
"A Gillead está fazendo uma aquisição bastante estratégica", disse o analista Brian Skorney, da Brean Murray, Carret & Co. "Definitivamente ela tem alto risco, mas acho que isso pode compensar em dividendos para eles." Skorney afirmou ser possível que outra companhia faça uma oferta, acrescentando que a Roche tem uma parceria com a Pharmasset. Bristol-Myers Squibb, Johnson & Johnson e Merck também vendem ou estão desenvolvendo remédios para hepatite.
"Levando em conta o prêmio oferecido, a Gilead espera evitar que outra empresa faça uma oferta maior", disse Skorney.
A ação da Inhibitex, que também desenvolve remédios contra hepatite C, saltava perto de 20 por cento.
A hepatite C não tem cura e pode levar a cirrose, câncer de fígado e necessidade de transplante de fígado. De acordo com a Gilead, mais de 12 milhões de pessoas são infectadas pelo vírus da hepatite C nos principais mercados, com menos de 200 mil em tratamento.
As vendas de remédios para hepatite C devem atingir 16 bilhões de dólares por ano em 2015, contra 1,7 bilhão de dólares no ano passado, nos principais mercados, de acordo com pesquisa da Decision Resources. As vendas devem depois disso cair para 11,3 bilhões de dólares em 2020, porque muitos pacientes serão curados por novos medicamentos, reduzindo o número de pessoas que precisam de tratamento.