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GetNet faz ofensiva à PagSeguro e começa a vender "maquininha"

A iniciativa adiciona uma nova fonte de receitas à GetNet e ainda contribui para atenuar a captação de clientes pela Moderninha, da PagSeguro

A versão da "Vermelhinha" que será vendida terá custo à vista de R$ 718,70 (Youtube/Reprodução)

A versão da "Vermelhinha" que será vendida terá custo à vista de R$ 718,70 (Youtube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 13h54.

São Paulo - A GetNet, empresa do Santander que credencia lojistas para a captura de transações com cartões, inicia uma ofensiva para crescer entre pequenos estabelecimentos e pessoas físicas e de quebra concorrer com a PagSeguro, do UOL.

Na mira da adquirente, estão profissionais liberais, motoristas de aplicativos e taxistas, para os quais começa a vender suas máquinas (POS, na sigla em inglês) ao invés de apenas alugá-las, principal modelo de atuação até então.

A iniciativa, que entra em operação nesta semana, adiciona uma nova fonte de receitas à GetNet e ainda contribui para atenuar a captação de clientes pela Moderninha, da PagSeguro, que tem atraído lojistas com o discurso de máquina sem aluguel e sem taxa de adesão. Ao menos, posiciona a GetNet como uma nova opção para esses comerciantes.

Com a venda da máquina, a empresa reforça a disputa, principalmente, nos pequenos varejistas e profissionais autônomos uma vez que boa parte dos grandes estabelecimentos já contam com isenção de mensalidade pelo elevado volume capturado nos terminais POS.

Também serve de blindagem, dizem executivos, à concorrência uma vez que a comercialização de terminais pode impactar os ganhos com aluguel de máquinas, fonte de recursos que responde por cerca de um terço das receitas das credenciadoras no Brasil.

Entretanto, mais do que reforçar a concorrência pelos pequenos e proteger as receitas com o empréstimo das máquinas, a adquirente do Santander quer pegar uma fatia deste mercado uma vez que a maioria dos clientes da PagSeguro, segundo uma fonte de mercado, são novos usuários do mercado de cartões. Ou seja, até então, não aceitavam plásticos de débito e crédito em seus estabelecimentos.

Tanto é que não é apenas a GetNet que está de olho neste nicho. A Cielo, líder do setor de adquirência no Brasil, já toca um projeto piloto de venda de máquinas, antecipa o presidente da empresa, Eduardo Gouveia, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Enquanto isso, a Rede, do Itaú Unibanco, avalia o assunto. A fintech Taki também já adotou o modelo de comercialização de POS no Brasil.

"No final do dia, é a concorrência que dita as regras e não o líder de mercado. A venda de POS no Brasil é a primeira mudança que traz um impacto importante para players do setor de cartões", avalia o especialista em meios de pagamentos Edson Santos. "A adoção da venda de máquinas criou uma condição de mercado que novos players podem utilizar", acrescenta.

A versão da "Vermelhinha", nome dado às máquinas da GetNet, que será vendida terá custo à vista de R$ 718,70 ou em 12 vezes de R$ 59,90 e, assim como a concorrente, não terá taxa de adesão.

Apesar de o valor cobrado superar o da PagSeguro, o terminal conta com tecnologia do 3G, que vem integrada ao equipamento e não precisa de celular para funcionar, além do wi-fi e ainda a possibilidade de uma máquina adicional em caso de pane, sendo três anos de garantia contra 5 anos da concorrente.

O presidente da GetNet, Pedro Coutinho, que no passado classificou o modelo de venda de máquinas como "outro negócio", afirma, em entrevista exclusiva ao Broadcast, que o lançamento completa o portfólio da empresa.

"A decisão de comprar e alugar depende da escola do consumidor, é ele que decide no final. Nosso foco é buscar soluções e resolver a vida do cliente", explica o executivo.

A venda de máquinas da GetNet já teve início para clientes do banco Santander, que também poderão junto com a aquisição do POS contratar o pacote de serviços bancários da instituição, e deve ser expandida para lojistas em geral até o final deste ano.

Com mais de 11% de mercado, a GetNet mira alcançar 15% do setor de adquirência até o final deste ano, conforme já disse o próprio presidente do Santander, Sérgio Rial.

Apesar de trabalhar com um cenário de recuperação em ritmo lento do comércio, a aposta da empresa, afirma Coutinho, para crescer está calcada na venda integrada com serviços bancários com o Santander e ainda a entrega de serviços como, por exemplo, fez recentemente na área de e-commerce, na qual integrou a oferta de soluções.

O presidente da GetNet reforça ainda que o foco da companhia é orgânico e que não estão nos planos da empresa aquisições ou uma abertura de capital. Sobre a possibilidade de o Santander comprar a fatia de 11,5% nas mãos de acionistas minoritários da empresa, ele diz que é um assunto para o Conselho de administração do banco.

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