HSBC: iniciativa ocorre depois do lançamento de dois fundos bem-sucedidos com 100% dos investimentos no exterior e voltados para investidores super-qualificados (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 11h00.
São Paulo - A HSBC Asset Management, com 88 bilhões de reais sob gestão no Brasil, estuda criar um fundo investimento em infraestrutura para investidores brasileiros e estrangeiros, além de preparar para 2014 um fundo novo que investirá no exterior.
"Os planos no segmento de infraestrutura ainda não têm data para ocorrer, mas estamos olhando com muito carinho para o assunto", disse a jornalistas nesta quarta-feira o presidente-executivo da gestora para Brasil e América Latina, Pedro Bastos.
Segundo ele, a captação de recursos no mercado de capitais para financiar projetos de infraestrutura está ganhando corpo no Brasil, o que deve criar um volume maior de títulos para oferecer aos investidores por meio do fundo.
"Já ocorreram cerca de 20 ofertas desde a lei de incentivo às debêntures de infraestrutura, e 2014 deve ter um volume bem maior de ofertas, e precificação melhor", disse. Até o momento, existe apenas um fundo de investimentos dedicado à infraestrutura no país, lançado em setembro pela Bradesco Asset Management (Bram).
Para 2014, a gestora do HSBC pretende lançar um novo fundo de investimentos com até 20 por cento dos investimentos no exterior, com ativos de renda fixa e variável em países desenvolvidos e em emergentes de "nova fronteira" na África, no Oriente Médio e na Ásia, como Nigéria, Vietnã e Egito, afirmou. O fundo será voltado para investidores qualificados, com 300 mil reais disponíveis para investir.
Segundo Bastos, a iniciativa ocorre depois do lançamento de dois fundos bem-sucedidos com 100 por cento dos investimentos no exterior e voltados para investidores super-qualificados, com 1 milhão de reais para investir. "Tivemos uma demanda que superou as expectativas", disse. Estes dois produtos captaram 200 milhões de reais até o momento.
O apetite dos brasileiros por fundos que investem no exterior está sendo motivado pela busca por diversificação, pois a rentabilidade no Brasil foi "pouco atraente" nos últimos dois anos, explicou. "Acreditamos que para o novo fundo podemos captar muito mais do que os 200 milhões que captamos nos outros dois fundos", disse.
Para 2014, a gestora do HSBC prevê crescimento do Produto Interno Bruto de 2,5 por cento e taxa de juros a 10,5 por cento no Brasil. Segundo ele, a alta dos juros nos Estados Unidos ainda vai atrair mais recursos para a região, mas no longo prazo os mercados emergentes serão atrativos porque têm mais potencial de crescimento econômico.