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Gestor do Softbank rebate críticas ao valor de empresas como Uber e WeWork

Gestor do Vision Fund não comentou especificamente sobre a WeWork na entrevista ao veículo asiático, mas diz que o fundo é um "investidor paciente"

 (Midori De Lucca/WeWork/Divulgação)

(Midori De Lucca/WeWork/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 6 de outubro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 6 de outubro de 2019 às 08h00.

O conglomerado japonês Softbank investiu bilhões em empresas de tecnologia, para impulsionar os negócios e o valor de mercado das startups. Agora, essa bolha pode esvaziar, segundo o veículo Nikkei Asia Review. No entanto, em uma rara entrevista ao veículo asiático, Rajeev Misra, gestor do fundo de investimentos Vision Fund, do Softbank, rebate críticas em relação ao alto valor investido em empresas como Uber e WeWork

O fundo de investimento do grupo, Vision Fund, levantou 100 bilhões de dólares para impulsionar empresas de tecnologia, mas suas duas maiores apostas viram seu valor derreter nos últimos meses. Desde o IPO do Uber em maio, o aplicativo para transportes perdeu quase 30% de seu valor de mercado. 

Já a WeWork, que depois do último aporte do Softbank passou a ser avaliada em 47 bilhões de dólares, foi recebida com ceticismo por investidores, que buscavam uma avaliação de até 15 bilhões de dólares. A empresa de aluguéis de escritórios corporativos cancelou seu IPO no início desta semana, planeja demitir milhares de funcionários e levantou dúvidas sobre como irá sustentar seu crescimento.

No entanto, para Misra, o investimento do Vision Fund mira o longo prazo. Para ele, o valor do investimento não fará diferença se as empresas forem bem sucedidas. "Se você compra uma participação a um valor 10% maior ou menor, faz diferença se você está olhando para uma valorização de três vezes?", Assim, "se você acha que US$ 1 se transformará em US$ 3, é menos importante se você faz aporte de US$ 1,1 ou US$ 1", afirma.

Misra não comentou especificamente sobre a WeWork na entrevista ao veículo asiático, mas diz que o fundo é um "investidor paciente".

"Quando uma empresa abrir o capital, reavaliaremos se devemos manter as ações ou não", disse Misra. "E os que decidirmos manter, podemos manter por um tempo, desde que acreditemos que haja potencial para um bom retorno da empresa."

Depois dos desafios com o IPO de algumas de suas empresas investidas, o conglomerado está criando um projeto para ajudar as empresas a se prepararem para o momento - e o escrutínio de outros investidores. "Estamos desenvolvendo um grupo chamado 'prontidão para abertura de capital', que ajudará as empresas a se preparar para abrir o capital", disse Misra. O fundo também começou este ano ajudando as empresas do portfólio a "otimizar seus balanços financeiros", diz o jornal asiático. 

Os desafios não desaceleram a ambição do Softbank. O conglomerado criou um novo fundo bilionário, o Vision Fund II, com 108 bilhões de dólares comprometidos até o momento.

"Existem muitas indústrias que serão transformadas, portanto, encontraremos outras indústrias diruptivas, é claro. Assistência médica, finanças, entretenimento, entretenimento na mídia, essas são grandes indústrias que ainda têm um enorme potencial de serem transformadas por meio da tecnologia", disse o gestor do fundo, Misra, ao jornal.

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