Negócios

Para Carlos Ghosn, da Renault-Nissan, errar é fundamental

"Aprendemos mais com a borracha que com o lápis", diz Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan

O executivo defende a política de cotas para mulheres em todos os escalões das empresas. Para ele, é muito difícil mudar uma cultura sem a obrigatoriedade inicial de se cumprir metas. “O que você não pode medir, você não pode fazer”, diz Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan (Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault)

O executivo defende a política de cotas para mulheres em todos os escalões das empresas. Para ele, é muito difícil mudar uma cultura sem a obrigatoriedade inicial de se cumprir metas. “O que você não pode medir, você não pode fazer”, diz Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan (Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 14h18.

São Paulo – Os melhores presidentes de empresa do mundo são aqueles que erram. Essa é a essência do exercício de gestão, segundo o presidente da Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn.

Considerado um dos executivos mais admirados do mundo, Ghosn é conhecido por ter tirado a Nissan de uma das maiores crises da sua história. O brasileiro – naturalizado francês e radicado no Líbano – vê no erro uma das principais ferramentas de desenvolvimento de um gestor. “Desde pequenos, nós aprendemos mais com a borracha que com o lápis.”

Perguntado sobre qual teria sido seu principal erro como gestor, Ghosn não nega. “Erro o tempo todo. Eu aprendo porque eu erro”, diz, no entanto, sem citar um equívoco que lhe tenha marcado a memória.  “A vida de administrador é um eterno tentar, conferir os resultados e aprender. Gestão é um artesanato.”

“O gestor maduro não é aquele que não erra, mas aquele que sente e descobre o erro antes de todos”, diz Ghosn. Ele defende que os erros da equipe, por sua vez, são a principal matéria-prima do alto escalão da empresa. Para ele, resolver problemas é a função primordial de um presidente de empresa. “Tem gente que se queixa dos problemas, mas o board executivo está aqui exatamente para encontrar soluções”, diz. 

Mulheres

Considerado um dos presidente de empresa mais relevantes nas discussões sobre equidade de gênero, Ghosn foi um dos palestrantes convidados para o Women’s Forum Brazil 2013, evento que discutiu o assunto no começo desta semana. 

O executivo defende a política de cotas para mulheres em todos os escalões das empresas. Para ele, é muito difícil mudar uma cultura sem a obrigatoriedade inicial de se cumprir metas. “O que você não pode medir, você não pode fazer”, diz.

Ele defende, ainda, que os jovens de hoje formam a primeira geração que larga em pé de igualdade entre homens e mulheres. Com três irmãs e três filhas, Ghosn aposta que o empoderamento da mulher pode ser feito com programas de mentoria e desenvolvimento. “É uma questão de dar confiança. A pessoa que mais desconfia do potencial da mulher é ela própria.”

Para alcançar o topo da companhia, Ghosn recomenda às mulheres expor sempre o perfil de alta performance. “Sempre que pegarem uma tarefa, exponham os resultados.” 

Acompanhe tudo sobre:Carlos GhosnEficiênciaEmpresasEmpresas francesasEmpresas japonesasExecutivos brasileirosGestão de pessoasgestao-de-negociosGovernançaLiderançaMentoresMontadorasMulheresMulheres executivasNissanPersonalidadesRecursos humanos (RH)Renault

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU