Pedro Parente: "O rumo das coisas que estamos fazendo aqui está absolutamente alinhado com o trabalho do governo" (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2016 às 17h16.
Rio de Janeiro - A atual gestão da Petrobras tem total liberdade para tomar decisões, inclusive sobre política de preços de combustíveis, mas as estratégias da empresa estão alinhadas com o governo federal, acionista controlador, afirmou nesta terça-feira o presidente da petroleira, Pedro Parente.
O executivo explicou que não apresentou o novo Plano de Negócios ao governo antes dele ser publicado e que uma exposição ao principal acionista está sendo organizada pelo Ministério de Minas e Energia, o que deverá acontecer em breve, em Brasília.
"O rumo das coisas que estamos fazendo aqui está absolutamente alinhado com o trabalho do governo", afirmou Parente, durante coletiva de imprensa para detalhar o Plano de Negócios e Gestão 2017-2021.
O presidente destacou que o atual Conselho de Administração da empresa não tem, como acontecia antes, integrantes do governo federal. Em contrapartida, lembrou que sete dos dez integrantes do colegiado foram indicados pelo acionista controlador.
Parente rebateu críticas ainda sobre a política de preços de combustíveis. Segundo o executivo, desde que ele assumiu a gestão da empresa, ainda não viu necessidade de ajustar preços, que estão atualmente favoráveis ao desempenho da empresa.
No passado, a empresa amargou prejuízos na área de abastecimento vendendo gasolina e diesel no mercado doméstico por preços inferiores aos internacionais.
A situação acontecia porque o governo federal não permitia reajustes maiores, com o objetivo de evitar um aumento da inflação.
"A principal diferença (das gestões anteriores) é que se a gente quiser mudar o preço hoje, nós mudamos. Nós não temos que perguntar nada a ninguém, é uma decisão de natureza empresarial", afirmou Parente.
Ajustes do governo
Parente defendeu o atual movimento do Ministério de Minas e Energia de promover mudanças regulatórias no setor de petróleo e gás.
Segundo o executivo, essas medidas vão tornar o setor mais competitivo e atrairão investimentos de mais empresas.
"Nós achamos que se tem algum setor que a resposta a investimentos seria uma resposta muito rápida, mais rápida que outros setores... seria o setor de óleo e gás, desde que ele tenha um quadro regulatório adequado para isso... o governo está trabalhando nesse quadro regulatório", afirmou Parente.
O presidente voltou a defender o fim da exclusividade da Petrobras na operação de áreas do pré-sal que serão licitadas sob a lei de Partilha de Produção.
Atualmente, a mudança precisa apenas do aval da Câmara dos Deputados e do presidente Michel Temer.
"A lei (de Partilha) como está não atende aos interesses do país nem aos interesses da própria Petrobras", disse.