Fábrica da Usiminas: Gerdau nega interesse em entrar no jogo (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2011 às 19h41.
São Paulo – A Gerdau negou, nesta sexta-feira, que esteja negociando a compra da fatia de 26% da Usiminas hoje em poder da Camargo Corrêa e da Votorantim. A siderúrgica gaúcha é apontada pelo mercado como a maior rival da CSN na disputa pela compra desse bloco de ações.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gerdau afirmou que “sua posição de não estar envolvida em negociações para a aquisição da Usiminas.”
Desde que veio à tona a notícia de que Benjamin Steinbruch, dono da CSN, teria ofertado 5 bilhões de reais pelo lote de ações da Usiminas, circulam também rumores de que a Nippon Steel, hoje a maior acionista da siderúrgica, com 27,8%, teria procurado a Gerdau para que entrasse no capital da Usiminas, impedindo o avanço da CSN.
A Nippon Steel não apreciaria a ideia de dividir o comando da Usiminas com Steinbruch por problemas que já tiveram com o empresário. O grupo japonês já foi seu sócio na Namisa, a empresa que reúne os ativos de mineração da CSN. As divergências quanto à gestão do negócio, no entanto, levaram a Nippon Steel a deixar a parceria.
Sócio briguento
O ponto é que, se Steinbruch tiver êxtio em adquirir o lote da Camargo Corrêa e da Votorantim, terá uma participação maior que a dos japoneses - cerca de 37%. Com isso, terá uma posição bem sólida para dar as cartas na Usiminas, embora sem o controle absoluto.
A Nippon Steel tem o direito de preferência na compra das ações em poder das empresas brasileiras. Desde que Steinbruch começou a comprar ações da Usiminas na Bovespa, a reação dos donos da siderúrgica foi negativa. Uma das medidas foi antecipar a renovação do acordo de acionistas, agora com vencimento em 2030.
Agora, sem a Gerdau na disputa, o caminho de Steinbruch até a Usiminas está um pouco mais livre - mesmo que isso contrarie seus eventuais futuros sócios.