Logo da TIM, da Telecom Italia, em frente a uma loja da operadora em Pescara (Marc Hill/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 20h32.
Milão - A seguradora Generali, uma das quatro principais acionistas da Telecom Italia, decidiu nesta quarta-feira sair antes do prazo de um acordo de acionistas de sete anos para controlar a companhia italiana de telefonia, abrindo caminho para novos investidores.
A Generali disse em comunicado que exerceu o direito de tirar do acordo sua fatia de 19,3 por cento na Telco, um veículo de investimento que é o maior investidor da Telecom Italia, com 22,4 por cento de participação.
A Generali formou o grupo Telco em 2007, com a operadora espanhola de telecomunicações Telefónica e os bancos italianos Intesa Sanpaolo e Mediobanca para se defender de uma oferta de tomada de controle da AT&T e do bilionário mexicano Carlos Slim.
Os membros da Telco desde então enfatizaram diversas vezes o valor de seus investimentos enquanto o grupo lutava para gerar dinheiro em um mercado doméstico cada vez mais competitivo.
A decisão da Generali de deixar o acordo, que tinha originalmente prazo para expirar no fim de 2015, retoma o desmembramento do pacto enquanto tanto Mediobanca como Intesa Sanpaolo sinalizaram sua vontade de deixar a Telco e vender suas ações na Telecom Italia.
A iniciativa da Generali também é coerente com sua estratégia de vender ativos não essenciais para reconstruir sua base de capital e focar em seu principal negócio, de seguros.
"A saída da Telco está em linha com a estratégia da Generali, com vistas a administrar ativamente seus ativos, e irá dinamizar a gestão do investimento em si", disse a Generali.
Controle
Uma vez que os sócios italianos forem embora, a Telefónica, que controla uma fatia indireta de 15 por cento da Telecom Italia, será o único investidor industrial da maior empresa de telecomunicações da Itália em um momento em que o setor deve se consolidar.
No ano passado, a Telecom Italia atraiu interesse do bilionário egípcio Naguib Sawiris e do conglomerado com sede em Hong Kong Hutchison Whampoa. Mas as aproximações foram rejeitadas pelo Conselho da companhia italiana.
A Telco foi até recentemente capaz de nomear a maior parte dos membros do Conselho da empresa. No entanto, sob pressão dos acionistas minoritários, a Telecom Italia mudou suas práticas de governança corporativa este ano e indicou um Conselho totalmente independente.
A Telefónica tem uma fatia de 66 por cento na Telco. A Intesa e a Mediobanca detém cada 7,34 por cento da Telco.
Sob os termos do acordo da Telco, investidores que quisessem deixar o pacto precisavam notificar os demais durante determinados períodos. A primeira oportunidade de fazê-lo era em junho.
A Generali disse que pediu que seu presidente-executivo Mario Greco defina o exato procedimento para implementar a saída da Telco, um processo que pode levar seis meses.
A saída da Telco liberta seus membros de obrigações relativas a suas fatias na Telecom Italia, permitindo que vendam suas participações no mercado ou para outro investido. A Telefónica tem a opção de comprar as fatias de seus sócios na Telco.