LaMia: até agora, o governo boliviano estabeleceu que a responsabilidade do acidente recai na empresa LaMia e no piloto Miguel Quiroga (APG Agency/Reuters)
AFP
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 17h50.
Um general da aviação boliviana, ex-executivo da Direção Geral da Aeronáutica Civil (DGAC), está foragido da Justiça pelo acidente com o avião da companhia LaMia, que caiu em novembro na Colômbia, informou a Polícia nesta terça-feira.
O general Edgar Virgilio Pereyra Quiroga é acusado de ter concedido a licença operacional da LaMia em tempo recorde e, aparentemente, sem cumprir com os requisitos necessários, segundo as investigações judiciais.
Na mesma situação está Marco Antonio Rocha Venegas, um dos sócios da LaMia, "o que tem motivado sua busca (de ambos) com as ordens de apreensão e sua captura internacional", de acordo com um boletim policial, citado pelo jornal El Deber.
"Sabendo da responsabilidade de seus atos no fato lamentável (do acidente do avião da LaMia), tem-se conhecimento da saída do país dos nomeados", acrescentou o boletim.
Rocha Venegas foi destituído do cargo após o acidente aéreo que matou 71 pessoas, entre elas vários membros da delegação da Chapecoense.
Uma investigação das autoridades aeronáuticas americanas concluiu que a aeronave tinha combustível limitado para fazer a rota entre a cidade boliviana de Santa Cruz e o aeroporto José María Córdova de Rionegro, que atende Medellín.
Até agora, o governo boliviano estabeleceu que a responsabilidade do acidente recai na empresa LaMia e no piloto Miguel Quiroga, morto na queda da aeronave, por planejar uma viagem sem cumprir com as normas de segurança, além de uma dúzia de funcionários da Aasana (Administração de Aeroportos e Serviços da Navegação Aérea) e a DGAC.
A Procuradoria confirmou que este ano foram detidos Gustavo Vargas Gamboa, gerente geral da LaMia, seu filho, Gustavo Vargas Villegas, que era encarregado do registro aeronáutico na DGAC.
Em 29 de novembro, um BA-146 modelo RJ85 da LaMia caiu perto de Medellín e no acidente morreram 71 das 77 pessoas a bordo, entre elas 19 jogadores da Chapecoense, dirigentes do clube e jornalistas brasileiros.
A 'Chape' devia disputar o jogo de ida da final da Copa Sul-americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia.