GDF Suez irá explorar potencial de gás natural da região e reduzir custos de geração própria de energia (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 15h56.
Rio - A GDF Suez recebeu o último aval para confirmar sua entrada na área de exploração e produção de petróleo no país. A empresa recebeu a aprovação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para assumir uma participação de 20% no contrato de concessão referente aos blocos BT-PN-2 e BT-PN-3, ambos na Bacia do Parnaíba, no Maranhão.
A participação pertencia à Vale, que vendeu o ativo em novembro de 2013 como parte seu plano de desinvestimento. Os valores não foram revelados.
A aprovação da ANP era o último obstáculo à concretização do negócio, que já havia sido liberado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em janeiro. A agência reguladora deliberou sobre o tema na última reunião de diretoria, no dia 26 de junho.
Com a definição, a empresa passa a ser sócia da Petrobras e da BP Energy do Brasil no consórcio que venceu o leilão das áreas, em 2008. A BP possui 40% e a Petrobras os demais 40% de participação, e cada uma é responsável pela operação em um dos poços.
Os blocos integraram a 9ª Rodada e compreendem uma área de cerca de 3 mil quilômetros quadrados cada uma. No prospecto encaminhado à agência, a previsão do consórcio era concluir até março deste ano a perfuração de um poço exploratório em cada uma das áreas.
A região tem alto potencial de gás natural e esse seria o principal objetivo da companhia, visando reduzir seus custos de geração própria de energia. No comunicado divulgado à época, o presidente da GDF Suez no Brasil, Maurício Bähr, informou que "o acesso direto ao gás é um importante incremento na posição da GDF Suez no país".
No último ano, o grupo também investiu na 12ª Rodada da ANP, realizada também em novembro, adquirindo participação em consórcios de exploração e produção de seis blocos de gás natural na Bacia do Recôncavo, na Bahia. A companhia francesa tem participação de 25% nos blocos, que serão operados integralmente pela Petrobras, que possui participação de 40% nos consórcios.
O valor pago pelo bônus de assinatura das áreas chegou a R$ 6 milhões, com a previsão de investimento de R$ 20 milhões, de acordo com o programa exploratório mínimo apresentado à ANP.
A companhia será parceira também da Ouro Preto Óleo e Gás, do ex-diretor da estatal Rodolfo Landim, que possui 35% de participação em cinco blocos (REC-T-225, 239, 240, 253 e 524). No bloco REC-T-268, a empresa é parceira da Cowan Petróleo e Gás, também com 35% de participação. Os contratos foram assinados em maio.
A visão da companhia é de que a geração termelétrica será cada vez mais demandada no país e por isso tem ampliado os investimentos nas áreas de gás. Atualmente, a GDF Suez é a maior produtora privada de energia elétrica do país, com 7% de participação na capacidade total de geração no país. A companhia controla a subsidiária Tractebel Energia, e possui, ao todo, 22 usinas geradoras e capacidade instalada de 8.630 MW.