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Gafisa prevê margens maiores e ganho de fatia de mercado

Companhia vê um mercado estável em 2014, mas espera crescer retomando a participação perdida nos últimos dois anos


	Gafisa: após a margem bruta ajustada subir 6,8% em 2013, a 31,2%, a expectativa é que haja espaço para um avanço adicional de cerca de 2 pontos neste ano
 (Germano Luders)

Gafisa: após a margem bruta ajustada subir 6,8% em 2013, a 31,2%, a expectativa é que haja espaço para um avanço adicional de cerca de 2 pontos neste ano (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 14h15.

São Paulo - Encerrada a fase de arrumação da casa na Gafisa, o presidente da incorporadora prevê que a empresa elevará as margens em 2014 e recuperar a participação de mercado perdida nos últimos anos, quando diminuiu o ritmo após ser atingida por cancelamentos de contratos e redimensionamento de custos.

"O processo de término de todos os projetos antigos que tinham margens baixas está praticamente acabado", afirmou Duilio Calciolari, em entrevista à Reuters nesta quinta-feira. "Os projetos novos começam a ter presença mais relevante, o que faz com que a nossa expectativa de melhoria operacional seja bastante positiva." Após a margem bruta ajustada subir 6,8 pontos percentuais em 2013, a 31,2 por cento, a expectativa é que haja espaço para um avanço adicional de cerca de 2 pontos neste ano, disse Calciolari.

Ele completou que a companhia vê um mercado estável em 2014, mas espera crescer retomando a participação perdida nos últimos dois anos, quando se ocupou de sua reorganização operacional.

"A estrutura de capital da companhia está arrumadinha", afirmou Calciolari, em referência à redução do endividamento da Gafisa após a entrada em caixa, no último trimestre, de 1,5 bilhão de reais provenientes da venda do controle de Alphaville, loteadora urbana de alto padrão, para os fundos Pátria e Blackstone.

Segundo a Gafisa, os recursos da transação serão utilizados para amortizar cerca de 700 milhões de reais em dívida corporativa com vencimento até dezembro.

Menos pressionada pelos compromissos financeiros, a companhia espera colher os frutos do direcionamento do foco da Gafisa, divisão de média-alta renda, para projetos em São Paulo e Rio de Janeiro. No âmbito da sua reestruturação, a companhia também adotou um novo modelo de gestão na Tenda, sua unidade de baixa renda.


"A Tenda hoje tem alguns fundamentos que, se respeitados - e estamos respeitando em todos os lançamentos que fizemos nos últimos meses - permitem um retorno bastante interessante", observou Calciolari.

Entre as mudanças implementadas, estão a realização de vendas apenas para compradores com crédito aprovado e o uso de um modelo de produção acelerada, com a tecnologia de fôrmas de alumínio substituindo a alvenaria tradicional.

À Reuters, Calciolari afirmou que as 5 mil unidades que a Tenda espera lançar este ano não representam o "tamanho ideal" da companhia.

"A Tenda tem que trabalhar, para ter economia de escala e eficiência operacional, (com lançamentos anuais) na faixa de 8 a 10 mil unidades", disse. "A gente acredita que isso acontecerá nos próximos três anos." AÇÕES As ações da companhia figuravam entre os maiores ganhos do Ibovespa no início desta tarde, após a companhia divulgar na véspera um lucro líquido de 921 milhões de reais, ante prejuízo de 101 milhões um ano antes, impulsionado por maiores receitas e pelos recursos gerados pela venda de Alphaville.

Às 12h42, os papéis subiam 5,11 por cento, diante de alta de 2,05 por cento do Ibovespa.

No quarto trimestre, a companhia teve uma geração de caixa livre de 178 milhões de reais. Chamando o feito de uma "surpresa muito positiva", a equipe de análise do Credit Suisse afirmou estar otimista com a tese de investimento da incorporadora.


"Ainda que estejamos esperando que a companhia fique em um terreno mais neutro quanto ao caixa em 2014, a geração de caixa do quarto trimestre - juntamente com a velocidade de vendas mais elevada, cancelamento de vendas em declínio e melhores margens - indica que as operações podem estar mais ajeitadas que o antecipado", disse a equipe da analista Nicole Hirakawa, em relatório.

Segundo o diretor financeiro da Gafisa, André Bergstein, a companhia deverá encerrar o ano com geração neutra de fluxo operacional, diante da "perspectiva de dar continuidade à aquisição de terrenos".

Bergstein comentou ainda que o cancelamento de contratos da Gafisa deve subir no primeiro trimestre em função da quantidade elevada de entregas que foram feitas nos três últimos meses de 2013. Ele ressaltou, porém, que o número voltará a cair no segundo trimestre, ficando perto ou um pouco abaixo do registrado entre outubro e dezembro.

Em fevereiro, a companhia divulgou a aprovação de estudos para separação das unidades Tenda e Gafisa, numa operação que poderá ser concluída ao longo de 2015 .

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