Goldman Sachs: banco liderou o setor com a participação em negócios que totalizaram US$ 513,1 bilhões (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 12h18.
Londres/Hong Kong - As fusões e aquisições aumentaram pela primeira vez desde 2007, potencialmente marcando o início de um novo ciclo de forte atividade para esses negócios com as economias emergentes representando uma parcela significativa dos acordos globalmente.
Dados da Thomson Reuters mostraram que as fusões e aquisições cresceram perto de um quinto este ano, para 2,25 trilhões de dólares em todo o mundo. Os números preliminares indicam que os países emergentes responderam por um recorde de 17 por cento do total das transações, com destaque para o setor de energia.
O próximo ano pode ser ainda mais agitado. Executivos, banqueiros, grandes investidores e analistas estão entre os que esperam mais atividade em 2011.
Crédito barato, recorde de dinheiro em caixa, necessidade de buscar um crescimento acelerado e reação positiva dos mercados a muitos acordos de fusões e aquisições em 2010 devem incentivar as companhias a fecharem mais negócios.
"Sentimos que os volumes de fusões e aquisições vão subir no ano que vem, certamente haverá mais atividade entre fronteiras do que nunca, e a Ásia --de novo-- será a principal parte da equação", disse o chairman da divisão internacional de fusões e aquisições do Morgan Stanley, Scott Matlock.
O Deutsche Bank, quinto maior assessor de fusões, disse que 2011 deve exceder 2010.
"Há mais confiança, há ampla liquidez, os custos de financiamento estão atrativos e há muito trabalho nas empresas para identificar oportunidades de crescimento", disse o chefe global de fusões e aquisições do Deutsche, Henrik Aslaksen. "A fila de negócios é muito ampla. Não está confinada a um ou dois setores."
Executivos de alto escalão esperam 3 trilhões de dólares em fusões e aquisições no ano que vem, mostrou pesquisa recente da Thomson Reuters/Freeman.
Goldman lidera
O otimismo ocorre apesar de um quarto trimestre em desaceleração e de grandes acordos que acabaram não saindo: duas tentativas de compra da BHP Billiton, uma no Canadá e outra na Austrália, entraram em colapso e teriam um volume financeiro de 100 bilhões de dólares.
O chefe global de fusões e aquisições do Bank of America Merrill Lynch, Jeffrey Kaplan, disse que ainda é desafiador chegar a um acordo apesar do bom momento para 2011 tanto no mercado corporativo como na atividade de private equity.
Com o ano praticamente encerrado, o Morgan Stanley está perdendo para o arquirrival Goldman Sachs entre os bancos que mais assessoraram fusões e aquisições, após ter assumido a liderança no ano passado pela primeira vez em 13 anos.
O Goldman Sachs --cujo chefe da área de fusões e aquisições é Gordon Dyal-- prestou assessoria financeira para 513,1 bilhões de dólares em acordos, contra 499,5 bilhões de dólares do Morgan Stanley.
Emergentes
Os emergentes fecharam transações numa cifra recorde de 378 bilhões de dólares em 2010, enquanto os países desenvolvidos foram mais vagarosos.
No geral, a atividade global de fusões e aquisições cresceu 19 por cento. Nos Estados Unidos, o aumento ficou em 11 por cento, enquanto na Europa --afetada pela crise fiscal em alguns países da zona do euro-- a alta foi de 5 por cento.
O chefe de fusões e aquisições do Citigroup na Ásia-Pacífico, Colin Banfield, disse que o câmbio está ajudando companhias da região, que têm planos de crescimento mais ambiciosos e estão contemplando acordos maiores.
O setor de energia foi o mais ativo em 2010, com aumento perto de 40 por cento das fusões e aquisições anunciadas, totalizando 482 bilhões de dólares globalmente, seguido pelos setores financeiro e de materiais básicos.