Laboratório: nos últimos meses, grandes empresas farmacêuticas multinacionais adquiriram fabricantes de produtos farmacêuticos brasileiras (©AFP/Arquivo)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2012 às 18h32.
São Paulo - Rompendo a tendência do mercado global, o Brasil registrou um número recorde de fusões e aquisições no setor de saúde no primeiro semestre de 2012. Foram realizadas 433 transações no País, o que representa um crescimento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Dealogic compilados pela consultoria PWC.
De acordo com o relatório, as mudanças na regulação antitruste feitas em maio deste ano podem ter contribuído para o ritmo acelerado de negócios durante a primeira metade de 2012, bem como o cenário macroeconômico estável, com inflação controlada e menores taxas de desemprego.
Os números levaram o País a ser o terceiro do mundo em frequência de fusões e aquisições em saúde, atraindo cada vez mais investidores. Segundo a consultoria, alguns dos principais fatores que tornam o Brasil atrativo para investidores são: o rápido ritmo de crescimento do segmento de medicamentos genéricos; o potencial de expansão de mercado para US$ 8 bilhões introduzindo medicamentos patenteados para as cerca de 120 milhões de pessoas que compõem a classe média; e a falta de restrição ao capital estrangeiro para investimentos no setor. Além disso, características de mercados emergentes também favorecem o Brasil, como o crescimento dos planos de saúde e suas coberturas e o aumento da incidência de doenças como diabetes e hipertensão.
Nos últimos meses, grandes empresas farmacêuticas multinacionais da Bélgica, Alemanha, Japão e Estados Unidos adquiriram fabricantes de produtos farmacêuticos brasileiras para ajudar a expandir a penetração no mercado. No segmento de equipamentos médicos, de acordo com o estudo, as multinacionais estão cada vez mais buscando estabelecer presença industrial no País para aproveitar os incentivos do governo para a produção local.