Kraft Foods: a empresa resultante da fusão, The Kraft Heinz Company, será a quinta maior em bebidas e alimentos do mundo (Wikimedia Commons)
Karin Salomão
Publicado em 25 de março de 2015 às 12h42.
São Paulo - Com a aquisição da Kraft Food, a 3G Capital e a Berkshire Hathaway querem repetir as mudanças que fizeram na Heinz, comprada em 2013: aumentar a eficiência e a operação internacional.
O objetivo, segundo os diretores da nova The Kraft Heinz Company, é “criar uma potência em alimentos e bebidas”. Com a plataforma global que a Heinz já possui, será mais fácil fazer com que os negócios da Kraft tornem-se globais.
Segundo John Cahill, chairman e presidente do grupo Kraft Foods, há grandes oportunidades para o seu crescimento fora dos Estados Unidos.
A marca já é conhecida por 80% dos consumidores, em 14 mercados internacionais, apesar da fatia de exportação ser de apenas 2%.
O presidente afirma que aumentar o portfólio internacional já estava nos planos da Kraft e a fusão ajudou a acelerar as mudanças e alcançar os objetivos mais rapidamente.
Com sinergias em torno de US$ 1,5 bilhão geradas pela fusão, a nova The Kraft Heinz Company terá cerca de 24% das vendas em mercados internacionais.
O fundo de private equity dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, 3G Capital, e a empresa que controla os investimentos de Warren Buffett deterão 51% das ações da The Kraft Heinz Company. A aquisição pode chegar a US$ 40 bilhões.
Os acionistas da Kraft ficarão com 49%, tendo recebido US$ 10 bilhões e mais US$ 16,50 por ação.
“Estamos muito animados com essa transação monumental”, disse Alexandre Behring, chairman da H.J. Heinz Company e cofundador da 3G Capital.
Com razão: a empresa resultante da fusão será a quinta maior em bebidas e alimentos do mundo e teria, em 2014, faturamento combinado de US$ 29 bilhões.
Desde que foi adquirida pelos mesmos dois investidores, em 2013, a Heinz se tornou a mais lucrativa do mercado de alimentos e bebidas.
Com cortes em custos, promoções internas e melhoria nos processos, o ebitda da Heinz cresceu 8 pontos porcentuais um ano depois da aquisição.
Segundo Bernardo Hees, presidente da Heinz, a empresa passou a focar as marcas mais lucrativas e descontinuou aqueles produtos que não davam o resultado esperado.
As vendas nos mercados emergentes também “cresceram dramaticamente”, segundo o presidente, de 9% em 2005, para 25% em 2014.