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Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 11h56.
Londres/Paris - A família fundadora da PSA Peugeot Citroen ofereceu abrir mão do controle da problemática montadora francesa, tentando estreitar os laços com a minoritária General Motors num acordo que contemplaria a injeção de capital novo, disseram fontes.
Mas qualquer negócio envolvendo a combinação entre a Peugeot e a divisão europeia da GM, a Opel, enfrentaria obstáculos políticos porque implicaria fechamento de fábricas e perda de empregos na França e na Alemanha, afirmaram à Reuters pessoas com conhecimento das discussões.
O clã da Peugeot, um dos três sobreviventes entre as maiores dinastias de veículos na Europa, e o presidente-executivo Philippe Varin se voltaram à minoritária GM, que detém 7 por cento da empresa, depois de inconclusiva sondagem com outros investidores, incluindo a parceira chinesa Dongfeng, disseram as fontes.
"A GM enfrenta a mesma situação de sobrecapacidade da Opel, e é por isso que a PSA está tentando convencê-la a fundir as duas", afirmou uma das pessoas, que pediu para não ser identificada pois as conversas são confidenciais. "A família Peugeot aceitou que irá perder o controle, então este não é mais um problema".
A família Peugeot, que fundou a empresa em 1810 como um moinho de café, detém uma participação de 25,4 por cento no capital total e direito de voto de 38,1 por cento no grupo, que hoje luta para sobreviver.
Peugeot e GM se recusaram a responder perguntas sobre as negociações. "Nós não comentamos rumores ou especulações", disse o porta-voz da Peugeot, Jonathan Goodman. O presidente do conselho Thierry Peugeot e seu primo Robert, que comanda a holding da família, também declinaram pedidos de entrevista.
Antes de injetar mais dinheiro na sociedade, a GM precisaria de garantias em relação à margem para cortar a capacidade de produção à medida que controlasse a integração entre a Peugeot e a Opel, disseram as fontes.
A Peugeot, sua marca-irmã Citroen e a Opel estão entre as montadoras mais atingidas pela queda na venda de carros na Europa. O mercado deve registrar contração pelo sexto ano seguido, com vendas no menor nível em duas décadas.
Para a Peugeot, muito dependente dos resultados na sua própria região, esta é uma ameaça à sua própria existência. A companhia queimou 3 bilhões de euros (3,9 bilhões de dólares) em caixa operacional no último ano, e a baixa contábil de ativos ajudaram a aprofundar seu prejuízo líquido para 5 bilhões de euros.
A reviravolta na empresa reduziria o trio restante de dinastias de automóvel na Europa para um par: os Quandts, da BMW e os Agnelli, que continuam reinando na Fiat.