Negócios

Funcionários da Embraer iniciam greve de 24 horas

Cerca de 7 mil dos 12 mil trabalhadores dos setores produtivo e administrativo da empresa cruzaram os braços


	Hangar da Embraer: eles pedem um reajuste de 10% nos salários
 (Divulgação/Embraer)

Hangar da Embraer: eles pedem um reajuste de 10% nos salários (Divulgação/Embraer)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2014 às 09h24.

Ribeirão Preto - Cerca de 7 mil dos 12 mil trabalhadores dos setores produtivo e administrativo da Embraer, em São José dos Campos (SP), iniciaram nesta terça-feira, 21, uma greve de 24 horas por um reajuste de 10% nos salários, ante uma proposta de 6,6% da companhia.

A greve acontece no mesmo em que a Embraer apresenta, na unidade de Gavião Peixoto (SP), interior paulista, o protótipo do cargueiro militar KC-390.

"Por enquanto, a greve é de 24 horas, mas amanhã (22) faremos uma votação na assembleia. Se a empresa não fizer proposta, não avançar em nada e se os trabalhadores decidirem que devem continuar, seguiremos em greve", disse o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

Ele lembra que a data-base da categoria foi em 1º de setembro e as negociações entre os trabalhadores e a Embraer seguem há quase dois meses sem conclusão.

A paralisação ocorre ainda no dia anterior ao pagamento da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2014 pela Embraer. Cada trabalhador receberá um valor fixo de R$ 912,31 e mais 12,44% sobre o salário, valor considerado baixo pelo sindicalista.

"Um trabalhador que ganha R$ 10 mil, por exemplo, vai receber pouco mais de R$ 3 mil de PLR. Na General Motors, aqui perto, com todos os problemas, a PLR é de R$ 16 mil", disse Silva, se referindo ao complexo industrial da montadora em São José dos Campos.

Segundo o vice-presidente do sindicato, a Embraer passa ainda por um "processo de desnacionalização de seus aviões" e o próprio KC-390 seria um exemplo dessa política da companhia.

"Muitas partes desses aviões serão feitas nos Estados Unidos e em Portugal", disse Silva. O governo federal investirá R$ 7,2 bilhões no do cargueiro militar, com a compra de 28 unidades.

O sindicalista alerta ainda que a busca pela Embraer de componentes para os aviões em outros países atinge fornecedores da companhia na região do Vale do Paraíba. Em Jacareí, a fábrica C&D, que já empregou mais de 180 funcionários, terminará o ano com apenas 35 na produção

. Já Latecoere do Brasil, na mesma cidade, deixará de produzir a fuselagem dos Embraer 190 e 195 a partir de 2017, cujas peças virão dos Estados Unidos, e pode encerrar as atividades.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoEmbraerEmpresasEmpresas abertasempresas-de-tecnologiaGrevesSetor de transporte

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'