Funcionários da Cemig: de acordo com o sindicato, que reivindica 6%, a MP seria um dos argumentos da companhia para não conceder o reajuste
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2012 às 18h47.
Belo Horizonte - Os funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) fizeram nesta quinta-feira uma paralisação de 24 horas na tentativa de pressionar a companhia por um reajuste salarial acima dos 4,5% já oferecidos. Eles alegam que o porcentual não cobre nem a inflação acumulada de 5,9%. Por falta de acordo, a negociação foi parar na Justiça.
Outro motivo de discórdia entre patrões e empregados está na Medida Provisória 579, que endurece as regras dos contratos de concessão do setor elétrico ao mesmo tempo que prevê redução das tarifas pagas por empresas e famílias. De acordo com o sindicato, que reivindica 6%, a MP seria um dos argumentos da companhia para não conceder o reajuste.
Os eletricitários também tentam chamar a atenção para o risco de corte de pessoal. Em divulgação recente do balanço, diretores da companhia chegaram a admitir a necessidade de ajustes operacionais, embora negassem a possibilidade de demissões. De acordo com o Sindieletro, que representa a categoria, a paralisação alcançou 70% dos trabalhadores. A Cemig, por sua vez, fala em 10%.
Em nota enviada à reportagem, a Cemig informa que "apresentou uma proposta respeitosa, consideradas as perspectivas de futuro para a empresa definidas a partir da MP 579". A nota diz ainda que, "uma vez que não houve entendimento da situação por parte dos sindicatos, a Cemig solicitou a mediação da Justiça do Trabalho, através de Dissídio Coletivo".
Diferentemente do que afirma o sindicato, a estatal alega que a proposta recompõe as perdas inflacionárias. Em relação à greve de 24 horas, a nota informa que as atividades da companhia não foram afetadas.