Manifestantes montaram uma guilhotina do lado de fora da mansão do CEO da Amazon e exigiram salários mais altos (Nic Rowan/Twitter/Reprodução)
Janaína Ribeiro
Publicado em 28 de agosto de 2020 às 20h13.
Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 20h45.
Mais de 100 manifestantes se reuniram em frente à mansão de Jeff Bezos em Washington, DC, nos EUA, na quinta-feira, 28, e construíram uma guilhotina em frente à sua porta para protestar contra os salários dos trabalhadores da Amazon, reportou o Business Insider.
O protesto veio um dia depois de o patrimônio líquido de Bezos ultrapassar US$ 200 bilhões, tornando-o a pessoa mais rica da história, segundo a Forbes. Sua riqueza cresceu cerca de US$ 85 bilhões desde janeiro, impulsionada pela receita crescente da Amazon em meio à pandemia covid-19.
Funcionários da gigante americana protestam além do salário, por práticas consideradas abusivas por parte da companhia, como horas extras obrigatórias durante a pandemia e a obrigatoriedade de comparecimento ao trabalho no espaço físico, e não em home office.
Para os funcionários da Amazon, a vida luxuosa do bilionário não condiz com o salário pago aos seus trabalhadores. O protesto foi liderado pelo Congresso de Trabalhadores Essenciais.
"Dê uma boa razão para não merecermos um salário mínimo de US$ 30 por hora, quando esse homem ganha US$ 4.000 por segundo", disse Christian Smalls, um ex-funcionário de depósito da Amazon.
Protesters build a guillotine outside of Jeff Bezos’s house. Yesterday the Amazon billionaire was reported to become the first man worth $200 billion. pic.twitter.com/tY1wb0F1uj
— Nic Rowan (@NicXTempore) August 27, 2020
Smalls foi demitido do depósito de Staten Island depois de pedir melhores padrões de segurança em meio à pandemia. Ele disse que foi uma retaliação por organizar uma greve depois que um funcionário deu resultado positivo para o coronavírus. A Amazon nega. Desde então, ele liderou vários protestos contra a Amazon e Bezos.
Embora a pandemia do coronavírus tenha levado alguns funcionários da Amazon a falar abertamente sobre as condições de trabalho, o que expõe a gigante de Bezos, a empresa registrou US$ 88,9 bilhões em vendas no segundo trimestre de 2020, um recorde.