Fujifilm: empresa informou nesta quinta-feira que pode não ter escolha a não ser abandonar uma fusão de 6,1 bilhões de dólares com a Xerox se não houver progresso nas negociações (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2018 às 11h57.
Última atualização em 7 de junho de 2018 às 11h58.
Tóquio - A japonesa Fujifilm Holdings informou nesta quinta-feira que pode não ter escolha a não ser abandonar uma fusão de 6,1 bilhões de dólares com a Xerox se não houver progresso nas negociações com o novo conselho de administração da empresa norte-americana por cerca de meio ano.
"Eu não tenho um prazo específico em mente, mas normalmente seria de alguns meses a seis meses. Se nós não tivermos nada até lá, isso não poderá ser evitado", disse o presidente-executivo Shigetaka Komori em seu primeiro encontro com a imprensa desde que a Xerox desmantelou seu acordo de fusão.
Uma porta-voz posteriormente esclareceu que ele quis dizer que a Fujifilm poderia encerrar negociações sobre fusão.
Um porta-voz da Xerox não foi imediatamente localizado para comentar.
As duas empresas acertaram em janeiro um acordo complexo que fundiria a Xerox à fusão asiática de 56 anos Fuji Xerox, na qual a Fujifilm teria o controle, com uma participação de 50,1 por cento.
No entanto, a Xerox desmantelou o negócio no mês passado com um acordo com os investidores ativos Carl Icahn e Darwin Deason, que se opuseram à aquisição pela Fujifilm, dizendo que isso desvalorizava a empresa norte-americana.
A Fuji Xerox, detida 75 por cento pela Fujifilm, pode crescer sozinha, mas a Xerox depende da Fuji Xerox para produzir quase todas as máquinas copiadoras dos Estados Unidos, disse Komori.
Sob o acordo atual de joint venture, a Fuji Xerox está voltada para a região Ásia Pacífico --área com o maior crescimento potencial-- enquanto a Xerox cobre o restante. Os termos sobre cobertura regional vencem em março de 2021.
Icahn e Deason, que juntos detêm cerca de 15 por cento da Xerox, tinham dito que considerariam uma oferta totalmente em dinheiro de pelo menos 40 dólares por ação.
A Fujifilm disse que negócio acertado anteriormente avaliava a Xerox em 8,6 bilhões de dólares, ou um prêmio de 8 por cento sobre o preço médio da ação da Xerox, de 29,7 dólares, ao longo de um mês antes do acordo ser anunciado. Mas o valor seria maior se a empresa se beneficiae de um montante estimado de 1,7 bilhão de dólares em sinergias incluído.
Komori disse que a Fujifilm "não se opõe a considerar qualquer proposta do novo conselho de administração da Xerox se for benéfica para as duas empresas", mas que o valor 40 dólares almejados por Icahn e Deason é "muito alto".
O prêmio típico oferecido em acordos para aquisição é de 30 por cento, mas isso não seria possível neste caso, disse Komori.
"Nós podemos conseguir recursos, mas muitos acionistas estão demandando que esse dinheiro deveria ser usado em negócios de saúde", disse ele.
O negócio de fotocópias responde por cerca de metade da receita da Fujifilm e do lucro operacional. A empresa busca crescer, no entanto, por meio de aquisição de negócios envolvidos em medicina regenerativa e farmacêuticos.