Felipe Castro e Pedro Gomes, da Friday: dupla de empreendedores também foi responsável pela M4U, empresa que liderou a digitalização das recargas de celulares no Brasil
Repórter
Publicado em 25 de outubro de 2024 às 15h06.
Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 15h18.
A fintech Friday quer simplificar a maneira como os brasileiros lidam com os boletos. A startup carioca, que já movimentou R$ 300 milhões desde 2019, aposta em uma proposta diferente: um assistente financeiro que usa inteligência artificial para pagar contas e organizar as finanças pessoais diretamente pelo WhatsApp.
O sistema é simples: basta responder "sim" para que o Fred, o assistente digital da empresa, faça o pagamento no dia do vencimento.
O Brasil tem se destacado como um dos mercados mais dinâmicos para meios de pagamento digitais, com o surgimento de carteiras digitais, débito automático e o sucesso do Pix. No entanto, tais tecnologias exigem que o usuário esteja sempre atento ao calendário de contas.
Seja por notificações do banco, seja por anotações no celular ou no caderninho, o consumidor é o responsável pelo gerenciamento dos próprios pagamentos. "O objetivo é inverter essa lógica e fazer com que as contas cheguem ao usuário, não o contrário", diz Felipe Castro, um dos fundadores da Friday.
A Friday foi fundada em 2019 pelos empreendedores cariocas Felipe Castro e Pedro Gomes. Antes da Friday, eles foram responsáveis pela criação da M4U, empresa que liderou a digitalização das recargas de celulares no Brasil. A M4U chegou a movimentar R$ 7 bilhões por ano e foi vendida para a empresa de serviços de pagamento Cielo.
Para utilizar o Fred, é necessária uma conta no Friday. A plataforma de gestão tem um panorama completo das finanças do cliente, permite a configuração de transferências recorrentes e a movimentação de fundos entre contas bancárias.
Depois do cadastro, o consumidor pode registrar qualquer boleto: luz, água, internet, condomínio, celular, mensalidade escolar, plano de saúde etc. A partir daí, o assistente Fred passa a alertar via WhatsApp quando a conta está perto do vencimento.
O Fred pergunta se a pessoa deseja pagar. Se a resposta for "sim", a transação é feita automaticamente.
“Escolhemos o WhatsApp por ser uma plataforma que já faz parte do cotidiano do brasileiro,” diz Gomes. “Não queríamos competir com as notificações de cupons e promoções que lotam a tela do celular”.
O usuário também pode receber os boletos de parentes pelo assistente. Assim, é possível realizar pagamentos em nome do familiar, sem precisar buscar a conta na casa de alguém ou transferir fundos entre bancos.
Recentemente, o Fred passou a funcionar com o Pix inteligente, que automatiza pagamentos recorrentes. Se faltar saldo em uma conta, o Pix inteligente transfere automaticamente os recursos de outra conta do usuário para garantir que o pagamento seja concluído, evitando multas e atrasos.
Meta AI no WhatsApp: um guia completo para usar a ferramenta no seu dia a diaA Friday desenvolveu camadas de segurança no sistema para que o "sim" não seja literalmente um sim. A transferência é automática no ponto de vista do consumidor, mas não para o sistema de inteligência artificial da Friday. Veja algumas das medidas adotadas pela fintech:
A monetização da Friday se dá por meio de assinaturas. O custo mensal é de R$ 24,90 e o anual, R$ 178,90.
Para Gomes, essa escolha é estratégica: “Queremos garantir uma experiência isenta, sem o conflito de interesse que pode surgir quando um serviço é gratuito e depende de vender produtos para se sustentar”.
A Friday planeja incorporar novos serviços em 2025. Entre as funcionalidades em desenvolvimento estão ferramentas para refinanciamento de dívidas e sugestões de investimento mais vantajosas.
"Nosso objetivo é atuar como um 'scanner financeiro', identificando possíveis problemas, como dívidas altas ou uso excessivo de crédito," afirma Castro.