Parma, Itália - A empresa francesa do setor alimentício Lactalis, que detém 29% da Parmalat, anunciou nesta terça-feira que tomou o controle do maior grupo agroalimentício italiano.

A marca francesa, famosa pelos queijos, conta agora com nove dos onze postos do novo Conselho de Administração.

Os franceses conquistaram o controle da Parmalat antes de ser lançada, no dia 8 de julho, uma Oferta Pública de Compra de Ações (OPA) sobre a totalidade das ações da Parmalat.

A decisão foi tomada durante a assembleia realizada em Parma (norte da Itália), sede da empresa italiana.

A assembleia de acionistas designou como novo presidente da Parmalat o italiano Franco Tato, de 78 anos, ex-presidente da Enel, e o atual presidente da Lactalis Italia, Antonio Sala, entrou para fazer parte do novo Conselho de Administração.

Apesar dos protestos de outros sócios, a Lactalis impôs que o mandato do Conselho de Administração fosse reduzido a um ano em vez de três, como ocorria até agora.

Com esta decisão, foidecretada a saída do atual diretor, Enrico Bondi, artífice da recuperação do grupo após a grave quebra de 2003, que se opôs à ofensiva da Lactalis.

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Ao se despedir, Bondi desejou uma nova era para a Parmalat "cheia de êxitos" e confessou que inicialmente a Lactalis tinha proposto a ele liderar a lista de candidatos, o que não tinha aceitado.

A "tomada de poder" por parte dos franceses ocorre depois de meses de queda de braço entre as duas empresas, iniciada em 17 de março, quando a Lactalis anunciou que detinha 11% da Parmalat.

A ofensiva suscitou surpresa e agitação no mundo empresarial italiano, que temia perder o renome do chamado Made in Italy, como já foi o caso da história joalheria Bulgari, adquirida pela empresa de luxo francesa LVMH.

Mesmo assim, a empresa francesa de energia EDF está interessada no controle da italiana Edison.

Com esta operação, a empresa francesa torna-se o maior grupo mundial do setor de queijos e laticínios, com um faturamento global de 14 bilhões de euros.

A Comissão Europeia (CE) deu sua aprovação em 14 de junho para a compra do grupo de laticínios italiano por parte da francesa, por considerar que a operação não terá um impacto negativo sobre a competição no mercado da União Europeia.

Segundo Bruxelas, a aquisição "não modifica substancialmente a estrutura dos mercados afetados, já que o aumento das cotas de mercado é mínima e existem rivais críveis suficientes para exercer pressão competitiva sobre a empresa resultante".

A Parmalat atua na produção e distribuição de leite, produtos derivados e bebidas de frutas, enquanto que a Lactalis dedica-se à produção de leite, queijos e manteiga, lembrou a CE.