Renova Energia: empresa de energia limpa informou nesta quinta-feira o encerramento das negociações com a Brookfield Energia Renovável (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2018 às 09h49.
Última atualização em 10 de maio de 2018 às 10h54.
São Paulo - A Renova Energia informou nesta quinta-feira o encerramento das negociações com a Brookfield Energia Renovável envolvendo a venda de ativos, "uma vez que não se chegou a um acordo com relação aos termos finais da transação".
O fracasso nas negociações ocorreu após a empresa de energia limpa informar em fevereiro que havia aceitado a proposta da empresa canadense pelo complexo eólico Alto Sertão III, em acordo que envolvia também outros ativos em desenvolvimento.
A proposta previa pagamento de 650 milhões de reais apenas pelo parque Alto Sertão III, cuja construção está em fase avançada. Os recursos ajudariam a endividada Renova a melhorar suas finanças.
A Renova afirmou no fato relevante "que está trabalhando conjuntamente com seus sócios controladores em um Novo Plano de Reestruturação visando equacionar a estrutura de capital e honrar os compromissos da companhia".
O encerramento das negociações ocorreu após a elétrica mineira Cemig, dona da Renova junto com sua controlada Light, informar na véspera que a empresa de energia renovável é alvo de uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais.
A publicação da Cemig em formulário 20-F, documento exigido pelo regulador do mercado dos Estados Unidos, onde a companhia tem recibos de ações (ADRs) em negociação, indicou que as investigações eram sobre certos aportes de capital feitos por acionistas controladores da Renova e injeções de capital feitas em certos projetos em desenvolvimento em anos anteriores.
No fato relevante desta quinta-feira, a Renova não detalha os motivos do encerramento das negociações.
A proposta da Brookfield que a Renova aceitou em fevereiro envolvia, além dos 650 milhões de reais, a serem pagos na data de fechamento da transação do Alto Sertão III, um valor de até 150 milhões vinculado à geração futura.
O acordo envolvia também a aquisição pela Brookfield de projetos eólicos em desenvolvimento, com capacidade instalada estimada de 1,1 GW, ao preço de 187 mil reais por MW, a serem pagos como "earn-out".
A proposta da Brookfield que estava na mesa havia substituído uma oferta de capitalização primária na Renova, que previa um aporte primário de 1,4 bilhão de reais na companhia de geração renovável.
A operação tornaria a Brookfield majoritária e diluiria fortemente a posição de Cemig e Light, controladoras da Renova.