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Fortuna de Musk, homem mais rico do mundo, fica abaixo de US$ 300 bilhões pela 1ª vez desde 2024

Fortuna de Elon Musk cai abaixo de US$ 300 bilhões pela primeira vez desde 2024, com a queda das ações da Tesla e as novas tarifas comerciais de Trump afetando sua riqueza, segundo o Bloomberg Billionaires Index

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 8 de abril de 2025 às 06h13.

A fortuna de Elon Musk, homem mais rico do mundo, caiu para US$ 298 bilhões nesta segunda-feira, 7, segundo o Bloomberg Billionaires Index — a primeira queda abaixo de US$ 300 bilhões desde o ano passado.

A redução significativa no valor de sua fortuna reflete uma série de fatores, incluindo o desempenho negativo das ações da Tesla e as novas tarifas comerciais impostas pela administração Trump, além das controvérsias em torno de sua função como conselheiro próximo do presidente dos Estados Unidos.

Desde o início de 2025, a fortuna de Musk caiu cerca de 31%, ou US$ 135 bilhões, uma virada dramática para o bilionário que, no final de 2024, alcançou a marca histórica de mais de US$ 400 bilhões, tornando-se a primeira pessoa no mundo a atingir essa cifra.

Antes de segunda, sua fortuna não havia caído abaixo de US$ 300 bilhões desde novembro de 2024, quando ficou em US$ 264 bilhões. A queda acentuada reflete o declínio das ações da Tesla, que caíram quase 40% este ano, atingindo a principal fonte de riqueza de Musk.

O impacto das ações da Tesla no portfólio de Musk é significativo. A empresa, que se tornou um símbolo de inovação no setor de veículos elétricos, viu suas ações se desvalorizarem em meio a um crescimento mais lento do que o esperado e a concorrência crescente no setor. Investidores e analistas têm expressado preocupações sobre a capacidade de Musk de focar em sua principal empresa, Tesla, enquanto também ocupa uma posição importante na Casa Branca como conselheiro de Donald Trump.

Musk, que se tornou um defensor de Trump, se envolveu em discussões sobre eficiência governamental através da criação do DOGE office.

Mas a sua atuação em Washington não tem sido bem recebida por muitos de seus investidores e seguidores, que o acusam de distrair-se da liderança da Tesla. Em uma entrevista com a Fox Business no mês passado, Musk admitiu que equilibrar suas funções de CEO na Tesla, SpaceX e outros projetos, além de seu trabalho na Casa Branca, tem sido um desafio significativo. "Com grande dificuldade", afirmou Musk quando questionado sobre como gerenciava suas múltiplas responsabilidades.

Além das críticas internas, Musk também enfrenta o impacto das políticas econômicas de Trump, particularmente no que diz respeito às tarifas comerciais.

Na última semana, a administração Trump anunciou novas tarifas pesadas sobre importações de produtos de países como a China e a União Europeia, o que abalou o mercado financeiro global.

Musk, que ao longo dos últimos anos tem demonstrado lealdade a Trump, se posicionou contra as tarifas e defendeu um cenário de "tarifas zero" e uma "zona de livre comércio" entre os EUA e a Europa.

Em uma publicação nas redes sociais, Musk compartilhou um vídeo do economista Milton Friedman, conhecido por sua defesa do livre comércio e da redução de tarifas, como parte de seus esforços para promover um debate sobre os benefícios do comércio internacional.

Para Musk, as tarifas podem prejudicar ainda mais os preços de seus produtos, afetando consumidores e investidores, além de prejudicar sua capacidade de manter a competitividade no mercado global.

O impacto das tarifas de Trump não afeta apenas Musk, mas também as perspectivas de Tesla e de empresas ligadas ao setor de tecnologia. Se as tarifas sobre produtos vindos da China e de outras regiões forem aplicadas, o preço dos produtos vendidos pela Tesla e por outras empresas de tecnologia, como Temu, pode disparar, afetando diretamente o custo para consumidores nos EUA e Europa.

Apesar das perdas, Musk ainda mantém uma ampla vantagem sobre o segundo colocado na lista dos mais ricos do mundo, Jeff Bezos, fundador da Amazon.

Bezos, que também passou por desafios em sua fortuna, viu sua riqueza ficar mais de US$ 100 bilhões abaixo da de Musk, conforme os últimos cálculos. Embora a queda de Musk seja notável, ele permanece longe de perder o título de homem mais rico do mundo, uma posição que ocupou nos últimos anos, mesmo com as flutuações no mercado de ações e nas políticas econômicas globais.

A Tesla também continua sendo o ponto focal das preocupações de Musk.

Além das dificuldades econômicas que afetam diretamente os preços das ações, a companhia também enfrenta críticas sobre a segurança de seus veículos, questões relacionadas a condições de trabalho em suas fábricas e a crescente concorrência no mercado de carros elétricos. Com novos concorrentes como Rivian e Lucid Motors ganhando força, a posição de liderança de Tesla no setor de veículos elétricos pode estar sob pressão.

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