Loja da Nokia vazia: antigos clientes estão correndo para Apple e Samsung (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 10h35.
Helsinki - A Nokia deve reportar queda de lucro pelo terceiro trimestre consecutivo, enquanto enfrenta dificuldades para concorrer com os celulares inteligentes (smartphones) de ponta da Apple e Samsung Electronics, ao mesmo tempo em que perde participação no extremo mais barato do mercado.
Stephen Elop, que assumiu como presidente-executivo da Nokia em setembro, deve reportar queda de 24 por cento no lucro por ação, no quarto trimestre, para 19 centavos de euro.
O mercado de celulares se recuperou da queda sofrida em 2009, quando a desaceleração na economia mundial atenuou a demanda pelos aparelhos mais recentes. Este ano, a demanda por smartphones como o iPhone 4 e o Samsung Galaxy S disparou.
A Apple anunciou na noite de terça-feira que vendeu 16,2 milhões de iPhones no quarto trimestre, 86 por cento mais que no ano anterior e seu maior total de vendas trimestrais, e antecipava que a demanda continuaria forte.
"Outro trimestre espetacular para o iPhone é um claro sinal de demanda, mas a força da Apple claramente terá repercussões para outras empresas que estão lutando para ganhar força no segmento mais caro do mercado, que é extremamente competitivo e no qual existe excesso de oferta", disse Geoff Blaber, analista da CCS Insight.
A Nokia não lança um smartphone de sucesso desde o N95, que chegou ao mercado em 2006, antes que a Apple começasse a oferecer celulares.
"O N95 foi um grande sucesso. Mas desde então eles vêm enfrentando dificuldades", disse Michael Walkley, analista da Canacord. "O novo presidente-executivo está enfrentando desafios na ponta mais cara e na ponta mais barata do mercado. Nesta última, a pressão é muito forte."
A fatia de mercado da Nokia na Índia se reduziu à metade, em prazo de alguns poucos trimestres. A empresa controla cerca de 30 por cento desse vasto mercado, de acordo com o grupo de pesquisa Gartner, ante uma participação de mercado próxima dos 60 por cento no ano anterior.
"Continuamos preocupados quanto a questões de participação no mercado de celulares baratos, devido a concorrência local em mercados emergentes como Índia, Oriente Médio e África," afirmaram os analistas do UBS em nota de pesquisa.