Ford: mercado da América Latina deve ter queda de cerca de 10% neste ano sobre 2013, diz presidente (Divulgação/Ford)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 14h29.
São Paulo - O presidente da Ford América do Sul, Steven Armstrong, avaliou nesta quarta-feira, 3, que o ano de 2014 foi "estável" para a indústria automobilística no Brasil e na América do Sul e que só espera uma retomada do setor a partir de 2016.
Em almoço de fim de ano com a imprensa, ele disse esperar uma melhora do mercado automotivo já no segundo semestre de 2015, já que o primeiro "talvez" continue com queda.
Armstrong afirmou que 2014 foi um ano difícil para a América do Sul, com os principais mercados, como Brasil, Argentina e Venezuela, passando por recessão ou recessão técnica, e outros como Chile e Peru com as economias afetadas pela queda nos preços das commodities.
Segundo previsão da Ford, o mercado da região deve apresentar queda de cerca de 10% neste ano em relação a 2013, enquanto no Brasil o recuo deve ficar em 8%.
"Ou seja, temos uma enorme pressão para o nosso setor", afirmou, destacando que os resultados negativos devem fazer com que o Brasil caia de 4º para 5º maior mercado automotivo no mundo.
"Precisamos trabalhar para retomar essa 5ª posição", defendeu, ponderando que o 5º lugar não é tão ruim. Apesar das dificuldades, ele destacou que a Ford continua investindo. "Não interrompemos nosso ciclo de investimentos", afirmou.
Armstrong ressaltou que, de 2011 a 2015, a Ford deverá ter investido R$ 4,5 bilhões no Brasil.
O presidente afirmou ainda que a empresa já teve resultados de investimentos com a estratégia de lançar produtos globais.
De acordo com ele, em novembro a empresa vendeu 30 mil unidades, 7,5% a mais do que outubro, representando aumento de 2,2% do market share, o quarto crescimento mensal seguido.
Mercado mundial
Sobre o mercado mundial, o diretor de Finanças da Ford América Latina, Amit Singhi, afirmou que a montadora espera chegar a 110 milhões de unidades em 2020, o que representará crescimento de 30% nos próximos sete anos, uma média de avanço de 3% a 4% ao ano.
Na avaliação dele, os carros pequenos deverão dominar a indústria automobilística, "como já vemos no Brasil".
O diretor previu ainda que o Brasil vai ficar empatado em crescimento econômico neste ano, enquanto Estados Unidos, China e Índia devem apresentar forte expansão, apesar de a economia chinesa estar desacelerando.
Ele avaliou que, apesar dos problemas, a Ford está "muito bem posicionada" no mercado. "Temos um balanço financeiro muito forte para financiar o plano One Ford (de investimentos globais)", afirmou.