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Ford espera reduzir prejuízo na América do Sul em 2017

A companhia não tem resultado positivo na América do Sul desde 2013, disse o presidente das operações sul-americanas da Ford

Ford: segundo o executivo da montadora, o mercado brasileiro de veículos em 2017 deve ficar praticamente estável (Ralph Orlowski/Getty Images/Getty Images)

Ford: segundo o executivo da montadora, o mercado brasileiro de veículos em 2017 deve ficar praticamente estável (Ralph Orlowski/Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 17h16.

São Paulo - A montadora de veículos norte-americana Ford espera reduzir o prejuízo na América do Sul em 2017 em relação a este ano, apoiada em medidas de reestruturação e em uma retomada modesta do mercado brasileiro, o maior da região.

A companhia não tem resultado positivo na América do Sul desde 2013, disse o presidente das operações sul-americanas da Ford, Lyle Waters, a jornalistas nesta terça-feira. Antes disso, a empresa teve lucro por nove anos seguidos.

"São ciclos, o mesmo ocorreu na Europa. Passamos os últimos quatro anos trabalhando em uma reestruturação lá e estamos vendo lucro lá de novo", disse Waters ao ser questionado quando a Ford poderia retornar ao lucro na América do Sul. Ele não citou valores.

Segundo o executivo, o mercado brasileiro de veículos em 2017 deve ficar praticamente estável sobre as cerca de 2 milhões de unidades que devem ser vendidas neste ano.

A expectativa é que ocorra uma recuperação modesta a partir do segundo semestre, conforme os juros da economia são reduzidos pelo Banco Central e medidas de reformas econômicas são implementadas.

"Este ano foi um pouco mais desafiador do que esperávamos (no Brasil), mas a América do Sul para nós continua sendo estratégica", disse Waters ao ser questionado sobre os planos futuros de investimento da companhia no Brasil.

"Os indicadores econômicos estão apontando para uma recuperação mais lenta do que se esperava seis meses atrás", acrescentou.

No início deste mês, o presidente da associação de montadoras de veículos no Brasil, Anfavea, Antonio Megale, afirmou que as vendas de veículos no país em 2017 devem crescer um dígito no próximo ano.

A Ford encerrou novembro com uma participação acumulada desde janeiro no segmento de automóveis e comerciais leves de 9,14 por cento, segundo dados da associação de concessionários de veículos Fenabrave.

Em 2015, no mesmo período, a fatia de mercado estava em 10,47 por cento, acima dos 9,15 por cento de 2014.

Segundo o presidente da Ford América do Sul, a participação de mercado não é o principal foco da companhia, e sim a rentabilidade.

Waters afirmou que a Ford já está ajustada para o atual nível de demanda do mercado brasileiro, que neste ano acumula queda de 21 por cento de janeiro a novembro sobre o mesmo período do ano passado.

Porém, na Venezuela, a empresa deixou na semana passada de ser a única montadora no país a continuar produzindo veículos.

A empresa entrou em recesso de fim de ano e só deve retomar a produção venezuelana em abril do próximo ano, disse Waters.

A decisão deve-se à necessidade de adequar a produção à demanda, fortemente impactada pela crise vivida pela Venezuela.

A Ford emprega cerca de 2 mil trabalhadores na fábrica venezuelana, disse Waters, acrescentando que a empresa tem trabalhado com mecanismos como oferta de demissões voluntárias na unidade.

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