Jogadores do Fluminense: ideia é levar brasileiros para compor a base do clube lá fora (Assessoria de Imprensa / FFC)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 16h37.
São Paulo - O Fluminense quer levar a bandeira tricolor para o lado de cima do hemisfério, comprando um time de futebol nos Estados Unidos. A informação foi revelada por Peter Siemsen, presidente do clube, em palestra realizada na Columbia Business School no último sábado.
Siemsen confirmou a informação a EXAME.com nesta terça, completando que, em um primeiro momento, a ideia não é fazer um aporte financeiro, mas introduzir o know how, a marca e a capacidade de gestão do Fluminense. "A gente pode até desembolsar (mais tarde), mas o clube tem que estar em um momento de capacidade de investimento", ressalvou.
Em 2012, o tricolor fluminense fechou o ano com prejuízo de 3 milhões de reais. Dois anos antes, o déficit era de 42 milhões. Apesar de estar organizando a casa sob a gestão de Siemsen, que assumiu a presidência no fim de 2010, o clube ainda tem obrigações pesadas a cumprir. Só neste ano, o Fluminense já teve 13 milhões de reais penhorados em apropriação de débitos, cobrados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A dívida total do clube com a PFGN é 31 milhões de reais.
Bola global
De qualquer maneira, a proposta de fazer o time atravessar as fronteiras está de pé. De acordo com os planos revelados por Siemsen no evento americano, organizado pela Latin American Business Association (LABA), o Fluminense quer batizar uma equipe americana, que ainda não foi definida, com o nome do clube brasileiro, replicando os modelos de marketing e gestão que são adotados por aqui.
"Temos o objetivo de adquirir uma equipe de futebol americana que não esteja jogando na Major League Soccer (principal divisão do país), mas em uma das duas ligas secundárias, NASL (North American Soccer League) ou USL (United Soccer Leagues)", afirmou Siemsen à plateia, conforme reportado pela Forbes.
O presidente do clube informou que a investida faz parte dos planos de expansão internacional do Fluminense. "Vamos reforçar não apenas a nossa marca, mas também a nossa imagem de excelência em gestão de futebol, ao mesmo tempo que desenvolvemos novos mercados consumidores", emendou.
Jogadores brasileiros
Siemsen pontuou que, no início, o objetivo principal do tricolor não estará ligado à compra e venda de jogadores de futebol. "Nós já temos parcerias com outros clubes para fazer isso em todo o mundo", chegou a dizer. Durante a palestra em Nova York, ele acrescentou que cerca de oito jogadores brasileiros devem ser levados ao país para formarem a base do futuro time.
Sobre os valores envolvidos na aquisição - e capacidade do Fluminense de fazer frente ao aporte -, Siemsen afirmou que "considerando o custo do projeto, o que faz mais sentido para nós é entrarmos sozinhos e ver se precisamos de uma empresa como parceira mais tarde".
Ricardo Villar, ex-jogador profissional nos Estados Unidos e dono da consultoria 2SV Sports, é quem está assessorando o clube. Em maio, Peter Siemsen irá aos Estados Unidos e deverá aprofundar as conversas sobre o negócio. No mês seguinte, o Fluminense irá jogar um amistoso contra o Orlando City, time que foi comprado pelo brasileiro Flavio Augusto, fundador da Wise Up, depois de o empresário vender o controle da rede de ensino de inglês à Editora Abril, em fevereiro.
* Matéria atualizada às 16h27 com declarações do presidente do Fluminense ao site