Olle Widén, da FinanZero: "20% da nossa receita veio de produtos que não tínhamos na plataforma 12 meses atrás" (Finanzero/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 5 de março de 2024 às 09h00.
Última atualização em 5 de março de 2024 às 12h01.
Após um ano de ajustes, a FinanZero quer fazer em 2024 o seu melhor “resultado da história” e chegar ao breakeven da operação até dezembro. Desde 2015 no mercado, a fintech opera como um marketplace para empréstimos online com mais de 70 parceiros, como Banco Inter, BV, Creditas e Banco Pan.
Ao acessar a plataforma, os usuários têm acessos a condições de empréstimos variados, dos mais tradicionais àqueles com garantia em ativos como carro e imóvel. Em 2023, mais de 8 milhões de simulações foram feitas, resultando em cerca de 350.000 contratos. A expectativa é de crescer as buscas em mais de 50% ao longo deste ano.
O acordo com a 4Equity, casa que negocia exposição midiática em troca de participação minoritária em startups, chega em um momento importante. A startup fechou com a empresa uma transação de R$ 20 milhões, valor que deve ser usado ao longo dos próximos 24 meses.
Com um fundo de R$ 500 milhões, a 4Equity já anunciou acordos com a Azos, Quinto Andar e Daki. Às investidas, oferece abertura em mais 30 veículos de mídia, como TVs, rádios e portais, e ainda um portfólio de influenciadores digitais. As negociações não envolvem dinheiro.
“Nós iremos fazer algumas tentativas, especialmente em tipos de mídia em que não trabalhamos muito antes. Mas TV e rádio, sim. Podcast, sim, e queremos começar a trabalhar mais com influenciadores”, afirma Olle Widén, cofundador e CEO da FinanZero. Sueco, ele tem como sócios-fundadores o amigo Kristian Jacobsson e a gestora Webrock Ventures.
A fintech foi criada, porém, em solo brasileiro. Casado com uma brasileira, Widén mora em São Paulo desde 2010 e tem o país como o segundo lar. Antes de empreender, trabalhou na Bloomberg, nos escritórios de Londres e São Paulo.
Desde o início da operação, a fintech levantou US$ 29 milhões em rodadas. As duas últimas foram em 2022, no valor de R$ 22 milhões, e 2023, R$ 7,5 milhões, de acordo com a cotação da época.
Além de criar negócios, o acordo busca ampliar o reconhecimento da marca, de olho na retomada do mercado de crédito em linha com a tendência de redução de juros.
Hoje, a base de dados da plataforma reúne mais de 15 milhões potenciais clientes. A fintech projeta que mais 5 milhões cheguem nos próximos meses.
As ações se conectam com o novo momento da FinanZero, cada vez mais atrelada a produtos de empréstimos com garantia. Em 2023, esse tipo de produto representou 57% de todas as operações. A tendência é de um novo salto para 2024, alcançando 66%.
“Eles são mais sustentáveis, têm taxas menores e são menos arriscados para os nossos parceiros em um momento em que o mercado está voltando e a Selic está caindo”, afirma Widén.
No início do ano passado, a FinanZero contava, basicamente, com três produtos no portfólio: crédito pessoal, veículo e imóveis em garantia. O número subiu para os atuais 10, incluindo FGTS e consignado INSS.
“20% da nossa receita veio de produtos que não tínhamos na plataforma 12 meses atrás”, afirma o empreendedor sueco.
Mesmo assim, foi um ano que a startup andou de lado e ficou com resultado próximo ao registrado em 2022, R$ 25 milhões. O executivo não abriu o valor total de 2023.
“Como muitas startups, nós tivemos um foco em nos tornar mais rentáveis. Nós não chegamos ao breakeven ainda, mas conseguimos reduzir as nossas despesas em 47% ao longo do ano. Esse era um grande objetivo”, diz.
Para este ano, além do breakeven, a ideia da em startup é reforçar o apelo tecnológico para permitir que os usuários façam tudo dentro da própria plataforma, de ponta a ponta, sem a necessidade de direcionamento para os sites dos parceiros.
Atualmente, a solução está em teste em 10 clientes. "O nosso objetivo é focar no ecossistema que temos e melhorar as integrações para realmente ter um produto melhor, usando dados e as possibilidades criadas pelo open banking".