Microsoft detém patentes que alega aplicáveis a diversos dos recursos encontrados no Android (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 12h02.
A Microsoft e a divisão Motorola Mobility do Google vão se defrontar a partir da terça-feira em um julgamento com implicações estratégicas para as guerras de patentes dos celulares inteligentes e que pode revelar informações financeiras que ambas as empresas prefeririam manter secretas.
O processo que será julgado por um tribunal federal em Seattle determinará que valor de royalty a Microsoft deve pagar ao Google pela licença de algumas patentes da Motorola. O Google adquiriu a Motorola por 12,5 bilhões de dólares em parte devido ao acervo de patentes de comunicações detido pela empresa.
Caso o juiz federal James Robart decida que o Google merece royalty baixo, as patentes que a companhia adquiriu ao assumir o controle da Motorola teriam valor de negociação inferior nos contratos de licenciamento com rivais.
Apple e Microsoft vêm travando uma batalha judicial em tribunais de todo o mundo contra o Google e seus parceiros como a Samsung Electronics, que utilizam o sistema operacional Android em seus aparelhos móveis.
A Apple alega que o Android é basicamente uma cópia de seu sistema operacional iOS, e a Microsoft detém patentes que alega aplicáveis a diversos dos recursos encontrados no Android.
A Motorola deseja pagamento de até 4 bilhões de dólares ao ano por suas patentes de vídeo e comunicação sem fio, e a Microsoft alega que a rival merece apenas pouco mais de 1 milhão de dólares ao ano.
Um juiz federal norte-americano na semana passada encerrou processo semelhante aberto pela Apple contra o Google, em Wisconsin, apenas uma semana antes da data prevista para o julgamento.
No período preparatório para o julgamento de Seattle, Microsoft e Google solicitaram a Robart que mantivesse em segredo diversos detalhes financeiros das duas companhias, entre as quais valores de acordos de licenciamento e projeções de receita de venda. O Google solicitou que Robart retire do tribunal o público quando as testemunhas discutirem esses temas. Mas Robart rejeitou o pedido, segunda-feira.
Ele decidiu que o público não terá acesso a documentos que detalhem acordos de patentes ou números sobre as vendas, durante o julgamento, mas os depoimentos serão prestados diante da audiência.