COP26: países e empresas se mobilizam para acordos financeiros (Getty Images) (Thithawat_s/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 3 de novembro de 2021 às 14h58.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 12h29.
*De Glasgow, na Escócia
Na COP26, nesta quarta-feira, 3, os países assumiram novos compromissos para aumentar o financiamento de apoio aos países em desenvolvimento para lidar com os impactos da mudança climática, incluindo um compromisso da Noruega de triplicar seu financiamento de adaptação, compromissos do Japão e da Austrália de dobrar seu financiamento de adaptação e compromissos da Suíça, dos EUA e Canadá para o Fundo de Adaptação.
Isso incluiu o maior compromisso de financiamento de adaptação dos EUA até o momento, para reduzir os impactos climáticos sobre os mais vulneráveis às mudanças climáticas em todo o mundo. Além disso, o Canadá se comprometeu a alocar 40% de seu financiamento climático para adaptação.
Novos compromissos para o financiamento do clima também vieram do Reino Unido, Espanha, Japão, Austrália, Noruega, Irlanda e Luxemburgo, que se baseiam no plano estabelecido antes da COP26 de entregar 100 bilhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento.
Outros compromissos são esperados nos próximos dias. A COP também deve ter discussões sobre uma nova meta de financiamento global para substituir a meta de 100 bilhões dólares de 2025.
Os Ministros das Finanças também discutiram como alavancar as finanças privadas para um futuro de emissões zero. Os Estados Unidos, a Comissão Europeia e o Reino Unido também se comprometeram a trabalhar em parceria com os países para apoiar uma recuperação verde e resiliente do covid-19 e impulsionar o investimento em infraestrutura limpa e verde nos países em desenvolvimento.
As iniciativas anunciadas pelo Banco Mundial e pelo Banco Asiático de Desenvolvimento dividirão o risco com os países em desenvolvimento e objetivam levantar até 8,5 bilhões de dólares em novos financiamentos em apoio à ação climática e ao desenvolvimento sustentável.
Houve também o lançamento de um novo mecanismo de financiamento que impulsionará o investimento em energia limpa, como energia solar e eólica, nos países em desenvolvimento.
As instituições financeiras privadas também deram um passo para garantir que os investimentos existentes e futuros estejam alinhados à meta global de zero líquido.
Trinta e cinco países concordaram com ações obrigatórias para garantir que os investidores tenham acesso a informações confiáveis sobre os riscos climáticos para orientar seus investimentos em áreas mais verdes. E para garantir padrões comuns, há anúncio de uma nova organização internacional, a International Sustainability Standards Board (ISSB).
Mais de 130 trilhões de dólares de finanças privadas estão agora comprometidos com metas líquidas zero baseadas na ciência e marcos de curto prazo, por meio da Glasgow Financial Alliance for Net Zero. A inicaitiva é lidaera pelo economista Mark Carney.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.
Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.
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