Fábrica de papel da Eldorado Celulose: a intenção é gerar valor em áreas que não estão diretamente ligadas ao negócio principal, a produção de celulose (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 08h44.
Nova York - A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, anunciou na quarta-feira, 3, que estuda novas oportunidades de negócios, em segmentos como o setor imobiliário, de logística e de bioenergia.
No conjunto, estes projetos, associados a outras inovações, têm potencial de gerar R$ 3 bilhões para a empresa.
O presidente executivo da Fibria, Marcelo Castelli, explicou, em apresentação para investidores e analistas na Bolsa de Valores de Nova York, que a intenção é gerar valor em áreas que não estão diretamente ligadas ao negócio principal, a produção de celulose.
O executivo citou que, no mercado imobiliário, a Fibria estuda oferecer parte de suas terras para construtoras desenvolverem projetos, como centros de distribuição e condomínios residenciais.
As terras em estudo respondem por apenas 0,6% do total de área que a empresa possui, mas têm potencial de gerar R$ 500 milhões por sua localização estratégica.
A Fibria afirmou que planeja investir R$ 1,69 bilhão em 2015, aumento de 5% em relação aos gastos de 2014, que devem somar R$ 1,61 bilhão.
Os recursos serão destinados, entre outros fins, para inovação e modernização da empresa, compra de madeira de terceiros e renovação florestal. A partir de 2017, com a redução de compra de madeira terceirizada, a tendência é de que a empresa reduza seus investimentos para cerca de R$ 1,45 bilhão.
Quanto à ampliação da capacidade, Castelli afirmou que o conselho da Fibria deve discutir, ainda no primeiro trimestre do próximo ano, a instalação da segunda linha de produção da fábrica de Três Lagoas (MS).
A nova planta vai adicionar 1,75 milhão de toneladas anuais à capacidade atual, de 1,3 milhão de toneladas de celulose.
Anteriormente, a companhia havia dito que esta decisão poderia ser tomada ainda em 2014. Avançamos no detalhamento do projeto, já fizemos todas as rodadas de dúvidas técnicas, disse o executivo.
Segundo ele, fornecedores da nova planta pediram mais tempo para entregar propostas técnicas, o que atrasou o cronograma.
Caso o projeto seja aprovado agora, a ideia é que a unidade entre em operação no fim de 2017.
Já subimos para o conselho o material para começar a discussão, que pode levar três meses, dois meses.
Por isso, estimamos que uma decisão para tocar em frente ou não saia até o final do primeiro trimestre, explicou Castelli.
Dívidas
O presidente da Fibria prevê um 2015 desafiador, por causa da volatilidade no câmbio e do impacto da inflação nos custos, como já observado em 2014.
A estratégia de disciplina continua, produzindo mais e gastando menos, afirmou.
Desde sua criação, em 2009, a união da Aracruz e da VCP viveu um longo período de redução de endividamento.
Viramos uma página, disse Castelli, ao da melhora de indicadores do perfil da dívida da empresa.
Nos últimos cinco anos, a empresa reduziu sua alavancagem de 8,6 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, tributos, depreciações e amortizações) em dólar para 2,5 vezes, no terceiro trimestre.
Com isso, passou a ser classificada na categoria grau de investimento pela agência Fitch em fevereiro.
Depois de conseguir reduzir os passivos, Castelli enfatiza que a Fibria passa a olhar novas oportunidades de negócios.
O executivo frisou que o objetivo é buscar expansão orgânica nos setores em que empresa já atua. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.