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Fibria aguarda parceira para definir expansão da Veracel

São Paulo - O anúncio de que a segunda fábrica de celulose da Fibria instalada em Três Lagoas (MS) entrará em operação em 2014 ainda não pode ser encarado como uma antecipação dos planos de expansão da companhia. Isso porque a fabricante brasileira ainda aguarda posicionamento oficial de sua parceira sueco-finlandesa Stora Enso para definir […]

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 12h48.

São Paulo - O anúncio de que a segunda fábrica de celulose da Fibria instalada em Três Lagoas (MS) entrará em operação em 2014 ainda não pode ser encarado como uma antecipação dos planos de expansão da companhia. Isso porque a fabricante brasileira ainda aguarda posicionamento oficial de sua parceira sueco-finlandesa Stora Enso para definir o cronograma de expansão da Veracel.

O complexo instalado na Bahia disputava, justamente com a unidade de Três Lagoas, a condição de primeiro projeto de expansão da empresa criada em setembro do ano passado.

Em maio, o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, já havia sinalizado que o projeto de Três Lagoas poderia entrar em operação em 2014. Na ocasião, a situação da Veracel ainda era pendente, condição que permanece inalterada após três meses. "Sobre Veracel, continuamos em negociação com nosso sócio", afirmou.

Inicialmente, o cronograma de expansão da Veracel previa que a nova linha de produção pudesse entrar em operação entre 2011 e 2012. Esse prazo foi postergado para entre o fim de 2013 e o começo de 2014. Agora, com a divulgação do cronograma da nova unidade de Três Lagoas, é possível que seja alterado novamente.

Caso isso não ocorra, a Fibria deve contribuir para uma sobreoferta de celulose no mercado mundial ainda na primeira metade da década. Isso porque, além da Fibria, outras fabricantes brasileiras - como Suzano Papel e Celulose, Eldorado Brasil e Cenibra - terão novas capacidades até 2014. Fabricantes europeias, chilenas e asiáticas - como Stora Enso, Arauco, CMPC e APP, entre outras - também têm planos de construir fábricas de celulose nos próximos anos.

O elevado número de projetos poderia resultar em excedente de oferta no mercado, conforme cogitou o próprio presidente da Fibria. "Se todos os projetos que se anunciam saírem, pode haver (sobreoferta)", afirmou Aguiar, sugerindo que algumas dessas fábricas podem não ser construídas.

"Quem tem capacidade para fazer investimentos competitivos é a Fibria, que já possui estrutura nesses locais (Veracel e Três Lagoas) e poderá ter forte redução de custos fixos", completou o executivo, citando ainda outras vantagens, como a existência de estruturas logísticas para escoar a produção.


Aguiar deixou claro que a Fibria não ficará aguardando o cronograma dos projetos dos concorrentes para definir quando iniciará novas operações. "A disciplina não deve ser apenas nossa", afirmou. O projeto de construção da fábrica de Três Lagoas demandará investimentos totais de R$ 5,8 bilhões e deverá ter sua decisão final tomada no começo de 2012.

Preços

O diretor-presidente da Fibria afirmou ainda que os fundamentos do mercado global de celulose justificariam a manutenção dos preços do insumo nos atuais patamares. Essa situação, entretanto, pode não se sustentar caso aumente a pressão principalmente de clientes asiáticos pela queda dos preços. "Não posso adiantar o que pensamos, mas posso dizer que os fundamentos estão mantidos, os estoques permanecem baixos e, por isso, a tendência é de estabilidade de preços ao longo do semestre", afirmou o executivo.

O executivo destacou que o mercado é "dinâmico", dando a entender que novas quedas poderiam ocorrer no curto prazo. "Pelo menos até o momento não está no nosso radar", afirmou Aguiar, ao comentar sobre uma eventual nova retração em setembro - neste mês, a Fibria e outras fabricantes de celulose de eucalipto de fibra curta reduziram o preço do insumo em US$ 50 por tonelada. "Mas somos uma empresa que acompanha a realidade dos fatos", completou.

Este mês, apesar dos reduzidos níveis de estoque, a Fibria foi uma das primeiras fabricantes a reduzir os preços, atitude que foi questionada por outras empresas do setor. Segundo Aguiar, a decisão teve como objetivo proteger a participação de mercado da companhia brasileira nos mercados internacionais.

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