Logo da Fiat: a decisão da empresa de atrasar os investimentos em novos modelos mais populares na Itália tem causado uma série de críticas em casa (Daniel Roland/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 22h01.
Milão - A montadora italiana Fiat vai gastar 2,3 bilhões euros em uma nova fábrica no Brasil e receberá financiamento público e benefícios fiscais, algo que não é permitido na Europa, afirmou o presidente-executivo, Sergio Marchionne, em um comunicado nesta sexta-feira.
"A última vez que este tipo de transação aconteceu (de financiamento público) envolvendo a Fiat, na Itália, foi no começo da década de 1990, em Melfi", afirmou a nota, ressaltando que tal financiamento não é permitido sob as regras da União Europeia.
O presidente da empresa tem sofrido pressão para fornecer detalhes sobre a estratégia da motandora italiana, à medida que a recessão econômica eleva preocupações sobre perdas de empregos no maior empregador privado do país.
A decisão da Fiat de atrasar os investimentos em novos modelos mais populares na Itália tem causado uma série de críticas em casa. A fraca economia italiana tem causado temores de que a falta de investimento da montadora pode ser um sinal de mudança de seu foco para mercados crescentes, como Brasil e Estados Unidos, onde controla a Chrysler.
A Fiat atrasou o lançamento de seu novo modelo Punto, feito na Itália, até 2015, por exemplo.
A construção da fábrica no Brasil, a segunda da Fiat, começou nesta semana. A Fiat receberá financiamento de até 85 por cento do investimento total, disse a empresa nesta sexta-feira, e também terá benefícios fiscais por cinco anos após começar a produção de carros nessa unidade.