A fábrica da Fiat em Mirafiori é a mais antiga da marca e existe desde 1939 (Germando Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 12h44.
Turim - Trabalhadores da fábrica deficitária da Fiat em Mirafiori decidem nesta sexta-feira um novo acordo trabalhista que é considerado como crítico para recuperar a situação da companhia em casa.
O contrato marca uma dramática reviravolta na tradição italiana de relações trabalhistas, que vinham sendo baseadas em compromissos nacionais em vez de fábrica por fábrica.
Se os trabalhadores aceitarem o novo contrato, que já foi aceito por outras cinco fábricas da Fiat, a companhia promete investir 1 bilhão de euros (1,3 bilhão de dólares) para construir uma unidade moderna de produção de veículos Alfa Romeo e Chrysler em Mirafiori.
O presidente-executivo da Fiat, Sergio Marchionne, que foi responsável pela compra de 25 por cento da norte-americana Chrysler pela empresa italiana, ameaçou enviar o dinheiro prometido para outros países se os trabalhadores rejeitarem as mudanças.
Em dezembro passado, a Fiat anunciou a construção de uma fábrica no Brasil em Pernambuco que consumirá investimentos de 3 bilhões de reais e será capaz de produzir 200 mil veículos por ano.
"Este é um acordo inovador que radicalmente muda as relações trabalhistas na Itália e deixa o país mais próximo de outras democracias do Ocidente", disse o secretário-geral do sindicato Fismic, que apoia a proposta de Marchionne, Roberto Di Maulo.
"A Itália é a última da classe em termos de investimento estrangeiro e produtividade e isso também se deve ao sistema sindical que é muito rígido", acrescentou.
A fábrica em Mirafiori produz o modelo Punto e precisa de novos veículos para sobreviver. A unidade é a mais antiga da Fiat e se tornou um símbolo da indústria italiana desde seu estabelecimento em 1939.
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, informou acreditar que um acordo será aprovado pelos 5.500 funcionários de Mirafiori. "O acordo é emblemático para o futuro, para manter fábricas abertas na Itália em vez de fechá-las", disse Berlusconi à emissora de TV Canale 5.