Com a demanda em queda na Europa pelo quinto ano seguido, VW e Fiat apostaram no Brasil para crescer (Denis Balibouse/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 09h59.
Berlim - A Fiat SpA e a Volkswagen AG tem dominado o mercado automotivo brasileiro há anos, detendo as duas posições de liderança. Agora, General Motors Co. e concorrentes asiáticas estão conquistando participação num mercado em que as montadoras europeias depositam suas fichas para compensar a fraca demanda em seus mercados de origem.
A produção brasileira de automóveis deve saltar 50 por cento até 2014 com a Hyundai Motor Co., da Coreia do Sul, e outras empresas iniciando operações locais de fábricas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores - Sindipecas. O acréscimo de produção potencial, que ocorre em meio à queda nas vendas, deve pressionar as margens de VW e Fiat, prevê o Barclays.
“Teremos aumento de concorrência aqui no Brasil”, disse Christian Klingler, diretor comercial da VW, durante o Salão do Automóvel de São Paulo. A Fiat não é mais a “referência no Brasil. Temos também Kia e Hyundai crescendo aqui. O melhor vai prevalecer.”
Com a demanda em queda na Europa pelo quinto ano seguido, VW e Fiat apostaram no Brasil para crescer, ampliando as vendas em mais de 25 por cento desde 2007. Ainda assim, elas perderam participação de mercado: as duas montadoras juntas venderam dois entre cinco carros no País, menos do que cerca da metade de cinco anos atrás.
Estas vendas são particularmente críticas para a Fiat, que não possui a escala da Volkswagen na China. A América Latina respondeu por um quarto do lucro da Fiat no primeiro semestre, comparado a cerca de 8 por cento dos lucros da VW, segundo dados da Fiat e estimativas da Bankhaus Metzler.
As vendas da Fiat no Brasil devem encolher 8,3 por cento em 2013, enquanto as da VW devem cair 8,4 por cento, segundo a IHS Automotive. A demanda total por comerciais leves deve cair 2,2 por cento para 3,56 milhões de unidades a partir do fim do benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados.