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Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 16h38.
A Fiat foi a montadora que mais soube aproveitar o bom momento do mercado automotivo brasileiro. No ano passado, a empresa liderou o setor, com 26% de participação nas vendas, faturou 13,5 bilhões de dólares e lucrou quase 1 bilhão de dólares no país. Sua taxa de rentabilidade - 51% - foi a melhor da auto-indústria. Esses foram alguns dos motivos que levaram a Fiat a ser a empresa do ano de Melhores e Maiores de EXAME. "É muito gratificante para todos ver o êxito público de nossas realizações", afirmou Belini após ser anunciada vitória da Fiat.
A virada da montadora começou em fevereiro de 2004, quando o paulista Cledorvino Belini assumiu o comando das operações na América Latina - trata-se do primeiro brasileiro a comandar a subsidiária instalada em Betim, na Grande Belo Horizonte, em 32 anos. Belini concentrou-se em elevar a rentabilidade do negócio e renovou a linha de produtos. Sob sua direção, a Fiat lançou os modelos Idea e Punto, além de reestilizar o Stilo e o Palio, carro mais vendido da montadora.
O Brasil responde por 23,5% do faturamento global da Fiat, cuja sede fica em Turim, na Itália. É a maior operação da empresa fora do país-natal. Os bons resultados e o peso do mercado brasileiro levaram a matriz a programar investimentos de 5 bilhões de reais até 2010. Os recursos serão aplicados em tecnologia, desenvolvimento de novos produtos e na ampliação da fábrica de Betim - a maior do grupo no mundo.
A liderança da Fiat manteve-se nos cinco primeiros meses deste ano, com 25% das vendas. A Volkswagen, com 22%, vem em seguida. O mercado aguarda, agora, como os consumidores reagirão diante do lançamento do novo Gol, o fato mais comentado pelo setor neste ano.
Outros destaques
Além da empresa do ano de Melhores e Maiores - a que mais se destacou entre as 500 listadas na publicação -, foram premiadas companhias em 18 categorias: atacado; auto-indústria; bens de capital; bens de consumo; eletroeletrônico; energia; farmacêutico; indústria da construção; indústria digital; mineração; papel e celulose; química e petroquímica; serviços; siderurgia e metalurgia; telecomunicações; têxteis; transporte; e varejo.
Setor | Empresa | Representante | Cargo |
Atacado | Cisa Trading | Antonio José Louçã Pargana | Presidente |
Auto-indústria | Fiat | Cledorvino Belini | Presidente |
Bens de Capital | Weg Equipamentos | Harry Schmelzes Júnior | Presidente executivo |
Bens de Consumo | Natura | Paulo Lalli | Vice-presidente de Operações e Logística |
Eletroeletrônico | Placibras | William Cezar Carvalho | Diretor Comercial |
Energia | AES Tietê | Britaldo Pedrosa Soares | Presidente |
Farmacêutico | AstraZeneca | Rubens Marques Pedrosa Júnior | Presidente |
Indústria da Construção | Engevix | Cristiano Kok | Presidente |
Indústria Digital | Semp Toshiba Informática | Afonso Antônio Hennel | Presidente do Grupo Semp Toshiba |
Mineração | CBMM | ||
Papel e Celulose | Suzano | Antonio Maciel Neto | Presidente |
Química e Petroquímica | Carbocloro | Mario Antonio Carneiro Cilento | Diretor Presidente |
Serviços | Visanet | Eduardo Gouveia | Presidente |
Siderurgia e Metalurgia | CSN | Benjamin Steinbruch | Diretor Executivo |
Telecomunicações | OI | Luiz Eduardo Falco Pires Corrêa | Presidente |
Têxteis | Lupo | Liliana Aufiero | Presidente |
Transporte | Protege | Marcelo Baptista de Oliveira | Presidente |
Varejo | Lojas Americanas | Roberto Martins | Diretor Financeiro e Relação com Investidor |
Em discurso que abriu a premiação, o presidente da Editora Abril, Roberto Civita, comemorou os bons resultados das empresas em 2007, mas lembrou que a carga tributária no país ainda é muito alta. Ele afirmou que as 500 maiores empresas obtiveram um lucro de 63 bilhões de dólares no ano passado, mas pagaram mais do que o dobro (145 bilhões de dólares) em impostos. Civita também pregou um maior combate à corrupção. "Precisamos passar a ser impiedosos com a corrupção, combatendo sem trégua a praga da impunidade que tanto contribui para alimentá-la", afirmou.
Em comemoração aos 35 anos do anuário Melhores e Maiores, a revista EXAME também homenageou executivos de empresas escolhidas as melhores de anos anteriores - como Usiminas, Gol e Embraer, por exemplo.
A cerimônia ocorreu no clube Monte Líbano, em São Paulo. O anuário Melhores e Maiores, que reúne dados completos dos 500 principais grupos e empresas do Brasil. Nas últimas três décadas e meia, Melhores e Maiores consolidou-se como a referência do mundo dos negócios no Brasil.
O evento contou com a presença dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miguel Jorge (Desenvolvimento), além do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Em discurso, Mantega afirmou que "os empresários estão de parabéns pelo PIB de 5,4% e pelo crescimento de 30% nos investimentos realizados no ano passado".
Critérios
Para compor o anuário, foram analisadas informações de mais de 3.500 empresas. O grupo compreende todas as que publicaram demonstrações contábeis no Diário Oficial dos estados até o dia 15 de maio de 2008. Também abrangem as companhias limitadas que enviaram seus dados para análise da equipe. Por fim, foram ainda consideradas empresas de porte significativo e bem conhecidas no mercado que preferem não divulgar seus números. Nesse caso, os analistas de Melhores e Maiores estimaram seu faturamento.
Os dados foram analisados pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras da Universidade de São Paulo (Fipecafi/USP). Para definir o ranking das empresas, as informações foram agrupadas em seis itens, que receberam diferentes pesos: crescimento das vendas (peso 10); investimento imobilizado (peso 15); liderança de mercado (peso 15); liquidez corrente (peso 20); rentabilidade do patrimônio (peso 25); riqueza criada por empregado (peso 15). Além disso, companhias citadas nos demais anuários de EXAME receberam um bônus em pontos. As 20 empresas-modelo da última edição do Guia EXAME de Sustentabilidade, por exemplo, ganharam 20 pontos cada uma.
Com base nessa ponderação de pontos, são elaboradas as diversas listas e comparações de Melhores e Maiores, como as 1.000 maiores empresas privadas e estatais do país; os 100 maiores conglomerados empresariais; e as maiores companhias por região do país.