Murilo Ferreira: para ele, um alinhamento em relação ao futuro da Samarco seria positivo (Vanderlei Almeida/AFP)
Reuters
Publicado em 28 de outubro de 2016 às 09h12.
São Paulo/Brasília - A atual estrutura de depósito de rejeitos da mineradora Samarco é inviável, disse nesta quinta-feira o presidente da Vale, uma das sócias na companhia, afirmando ainda que a empresa precisará da infraestrutura da Vale para ter viabilidade no futuro.
A barragem de Fundão, que se rompeu em novembro do ano passado em Mariana (MG), resultando em 19 mortes e no maior desastre ambiental do Brasil, não pode mais ser utilizada, em avaliação feita nesta quinta-feira por Ferreira, durante teleconferência de resultados da Vale.
"Numa visão de longo prazo, achamos que vai ser necessária a utilização da infraestrutura da Vale (para a retomada da Samarco)", afirmou Ferreira.
"Não acreditamos que seria viável a reconstrução de Fundão... teríamos que partir para uma outra solução", acrescentou.
Ele disse ainda que há uma divergência sobre o assunto com a BHP Billiton, que ele espera ver resolvida após reunião com a direção da empresa anglo-australiana, na próxima semana.
"Não temos dificuldade em ouvir o contraditório, desde que ele seja demonstrado como viável", completou Ferreira.
Para ele, um alinhamento em relação ao futuro da Samarco seria positivo.
"Temos que ter um alinhamento de longo prazo, e é isso que estamos procurando desenvolver de boa fé, e tenho certeza que esse encontro vai trazer uma estratégia positiva em relação à visão de longo prazo."
A retomada da Samarco, parada desde o desastre, é apontada como importante para que a empresa possa gerar recursos para fazer frente às bilionárias reparações acordadas com governos, sem que seus controladores tenham que colocar dinheiro no programa indenizatório.