LaFerrari: o modelo custa US$ 1,3 milhão (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 14h44.
Milão - A Ferrari produzirá mais carros do que o previamente planejado quando Sergio Marchionne, CEO da matriz Fiat SpA, assumir a direção da fabricante de supercarros no mês que vem.
Marchionne, que se tornará o presidente do conselho da Ferrari no dia 13 de outubro, disse que pretende aumentar gradualmente a produção de veículos como o LaFerrari, que custa US$ 1,3 milhão, para acompanhar o ritmo do número cada vez maior de consumidores extremamente ricos.
“Se essa classe aumenta, devemos poder acompanhá-la”, disse Marchionne ontem durante um evento em Balocco, Itália. Senão, “a lista de espera ficará muito longa e as pessoas se cansarão de esperar”.
O plano contrasta com a estratégia adotada por Luca Cordero di Montezemolo, que pediu demissão da presidência do conselho da Ferrari anteontem depois de 23 anos no cargo, após um embate com Marchionne.
Montezemolo queria restringir o volume de supercarros da fabricante para 7.000 unidades por ano, com o objetivo de resguardar sua exclusividade. Em maio, Marchionne indicou que a marca tem potencial para vender cerca de 10.000 veículos por ano.
Noventa por cento da Ferrari, com sede em Maranello, Itália, pertence à Fiat. A empresa é um componente fundamental dos planos de Marchionne para expandir no segmento de carros de luxo depois da fusão que criou a Fiat Chrysler Automobiles NV.
Montezemolo, que assumiu a unidade em 1991, queria manter o status de autonomia da Ferrari e não torná-la uma subsidiária como a Lamborghini, da Volkswagen AG.
“As pessoas não deveriam subestimar a importância da Ferrari para o grupo”, disse Marchionne. “Estruturalmente, em termos de quem somos como fabricante de automóveis, eles nos definiram e continuarão a nos definir”.
Necessidades financeiras
A Ferrari disse ontem que espera que as remessas aumentem 5 por cento neste ano, pois está se empenhando para reduzir o tempo que os consumidores devem esperar por seus carros. A renda líquida subiu 9,8 por cento no primeiro semestre, para 128 milhões de euros (US$ 166 milhões).
Marchionne assumirá o principal cargo da unidade no mesmo dia em que as ações da entidade fusionada FCA devem começar a operar em Nova York. Ele disse ontem que, embora o grupo “tecnicamente” não precise arrecadar dinheiro para financiar seu plano de expansão de 55 bilhões de euros, o novo conselho da FCA analisará opções no fim de outubro.
O CEO disse ontem que a Fiat está caminhando para atingir suas metas de lucros para 2014, com a ajuda das vendas da Chrysler na América do Norte. A fabricante italiana está tentando aumentar os lucros em até 18 por cento neste ano.
Para continuar aumentando os lucros nos próximos anos a Fiat Chrysler pretende lançar mais modelos de alta gama, como o sedã Ghibli, da Maserati, que emprega motores desenvolvidos e construídos pela Ferrari. Embora Marchionne tenha dito que não há planos de vender ações na unidade de supercarros, isso não é decisivo para o grupo no longo prazo.
“Se eu acho que eles serão essenciais para a configuração da FCA para sempre? A resposta é ‘não’”, disse Marchionne ontem. “Mas eles representam o melhor que uma fabricante de veículos pode ser”.