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Fecha ou vende? Trabalhadores da Ford debatem futuro no ABC

Os funcionários recebem nesta manhã, na porta da fábrica de São Bernardo, os informes sobre uma reunião na sede global da montadora

Ford: montadora anunciou fechamento da fábrica no ABC; governo estadual tenta reverter decisão (Paulo Whitaker/Reuters)

Ford: montadora anunciou fechamento da fábrica no ABC; governo estadual tenta reverter decisão (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2019 às 06h12.

Última atualização em 12 de março de 2019 às 06h30.

Logo após a um temporal que deixou 12 mortos e parou a Grande São Paulo na segunda-feira, os trabalhadores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo descobrem novas informações sobre o futuro da unidade nesta manhã. Os trabalhadores recebem nesta manhã, na porta da fábrica de São Bernardo, os informes sobre uma reunião que ocorreu no fim de semana entre representantes do sindicato dos metalúrgicos e a empresa na sede global da Ford, em Dearborn, nos Estados Unidos.

A Ford anunciou o fechamento da planta em São Bernardo no último dia 19 de fevereiro e desde que o anúncio foi feito o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vem correndo atrás de uma forma de salvar a fábrica. O sindicato estima que 30.000 pessoas perderão seus empregos, contando toda a cadeia produtiva.

Segundo o tucano, já existem três compradores interessados. O único confirmado foi a Caoa, que é revendedora de veículos Ford desde a década de 1970 — e também representante no Brasil da sul-coreana Hyundai, da japonesa Sabaru e da chinesa Chery (cuja operação brasileira foi comprada em 2017). Com outras fábricas em Jacareí (SP) e Anápolis (GO), a Caoa confirmou à imprensa que vem conversando com a Ford sobre uma possível aquisição, mas que nada está fechado por ora.

A Ford não é a primeira: no fim do ano passado, a General Motors, que tem três fábricas no Brasil e é líder de vendas por aqui, anunciou que poderia deixar o país. Como resultado da ameaça, ganhou incentivos fiscais da prefeitura de São Caetano do Sul, anunciados nesta segunda-feira.

O próprio Doria anunciou na sexta-feira, 8, redução de até 25% no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para montadoras que investirem mais de R$ 1 bilhão em São Paulo. Soa como medidas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que concedeu às montadoras benesses como redução de IPI e programas como o Inovar-Auto.

Os anúncios de fechamento das montadoras vêm em meio a uma indústria que se recupera. As vendas no setor tiveram em 2019 o melhor mês de fevereiro desde 2014, e cresceram 14,6% no acumulado de 2018, com 2,6 milhões de unidades vendidas. Com o fechamento, a Ford continua tendo, no Brasil, fábricas em Camaçari (BA), Tatuí (SP) e Taubaté (SP). A ver o que acontece até novembro, data do prevista para o encerramento definitivo das atividades em São Bernardo.

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