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Da Redação
Publicado em 27 de março de 2015 às 22h03.
São Paulo - A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo, faturou 2,5 bilhões de reais em 2014, crescimento de 31,5 por cento ante 2013, repercutindo o aumento dos preços da commodity e do volume comercializado, após os cooperados desovarem estoques num ano em que a safra brasileira foi afetada por uma das piores secas da história.
"O produtor está muito competente na comercialização da safra. Em 2013, o preço estava baixo e ele fez o possível para segurar o produto. Quando em 2014 teve a recuperação de preços por causa da seca, ele desovou os estoques", afirmou à Reuters presidente da cooperativa com sede em Guaxupé (MT), Carlos Paulino da Costa.
Para 2015, a Cooxupé estima que o faturamento poderá atingir 2,9 bilhões de reais, alta de 400 milhões de reais ante 2014. O lucro da cooperativa em 2014 foi de 139 milhões de reais, um salto de 360 por cento em relação ao lucro de 30 milhões de reais de 2013, disse Costa, após a aprovação dos resultados nesta sexta-feira, em Assembleia Geral Ordinária.
O volume comercializado atingiu 5 milhões de sacas em 2014, superando com folga 2013, disse Costa, que não dispunha de dados comparativos.
O preço recebido pelos produtores disparou quase 50 por cento no ano passado, em meio à quebra de safra brasileira. Segundo a Cooxupé, o preço médio do café vendido foi de 426 reais por saca, ante 286 reais em 2013.
"O produtor não está tão capitalizado, mas ele não está tão devedor, com essa recuperação de preços, ele não se capitalizou mas ele conseguiu pagar as dívidas de 2012 e 2013", afirmou.
MAIOR FATURAMENTO EM 2015
A expectativa de maior receita neste ano se deve em parte ao faturamento de vendas realizadas no ano passado, a preços mais altos, que deve ingressar no caixa apenas neste ano. Além disso, segundo o presidente da cooperativa, o dólar mais forte no Brasil está compensando em reais a queda dos preços do café no mercado internacional.
O clima mais favorável em 2015 em relação a 2014 também é outro fator a ser considerado.
As chuvas em fevereiro e março foram boas para a granação do café da próxima safra, cuja colheita começa em maio e junho, disse Costa.
"Mas não vai aumentar o número de grãos, as chuvas melhoraram o aspecto das lavouras, pode ter um fruto mais pesado", disse ele, observando que a quebra da safra do ano passado se deu, especialmente, pelo reduzido tamanho dos grãos, em função da seca.
A previsão é que a produção de grãos arábica da região da Cooxupé deverá ficar estagnada em 4,6 milhões de sacas na comparação com a temporada 2014.
Costa disse que apenas em abril será possível saber com exatidão o tamanho da safra brasileira e não quis fazer novos prognósticos.