Mina da Mineração Maracá em Alto Horizonte/GO: indústria de extração e transformação no Brasil sofre com falta de profissionais qualificados, segundo pesquisa da CNI (Divulgação)
Luísa Melo
Publicado em 28 de outubro de 2013 às 16h38.
São Paulo - Sessenta e cinco por cento das empresas industriais brasileiras que atuam nos segmentos de extração e transformação sofrem com a falta de pessoal qualificado. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para o estudo, foram ouvidos profissionais de 1.761 empresas de pequeno, médio e grande porte, em abril deste ano. De acordo com o levantamento, a dificuldade em encontrar pessoas com qualificação acontece em todas as áreas, desde a operação aos níveis gerenciais. O caso mais crítico é do cargo de operador para a produção: 90% das empresas disseram ter problemas para encontrar profissionais para a vaga. Veja a tabela:
Cargo | Parcela de empresas |
---|---|
Operadores para a produção | 90% |
Técnicos para a produção | 80% |
Administrativa | 68% |
Vendas/marketing | 67% |
Engenheiros para a produção | 61% |
Gerencial | 60% |
Pesquisa e desenvolvimento | 59% |
Em que interfere
Segundo a pesquisa, a falta de profissionais qualificados afeta principalmente a busca das empresas por eficiência e a redução de desperdícios: 74% dos entrevistados apontaram este problema. Em seguida, aparecem a garantia da melhora da qualidade dos produtos (61%) e a expansão da produção (39%).
Para contornar a deficiência, 81% das companhias optam pela capacitação interna de funcionários. Outras 43% apostam na política de retenção, feita por meio de salários e benefícios.
Já a capacitação externa, é alternativa encontrada por 38% dos respondentes. Outros 24% apostam em automação para tentar amenizar o problema.
Os desafios da qualificação interna
Para 49% dos empresários pesquisados, a baixa qualidade da educação básica é o principal obstáculo para investir em qualificação. Quarenta e três por cento deles acreditam que os trabalhadores estão pouco interessados no processo e outros 42% têm medo de perder os profissionais para o mercado caso invistam em maneiras de qualificá-los.