Facebook: ações despencarem quase 7% e empresa diminuiu em US$ 50 bilhões seu valor de mercado nesta semana (Philippe Wojazer/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de março de 2018 às 17h52.
Última atualização em 23 de março de 2018 às 18h02.
Nova York - O Facebook se tornou alvo de pelo menos quatro processos coletivos de usuários e acionistas nos Estados Unidos após o polêmico vazamento de dados de milhões de membros da rede social a uma empresa de consultoria política divulgado esta semana, informaram nesta sexta-feira meios de comunicação especializados.
As quatro ações foram apresentadas esta semana em cortes federais da Califórnia e, entre elas, se destaca uma que pretende amparar os até 50 milhões de usuários do Facebook cuja informação foi obtida pela empresa de consultoria Cambridge Analytica, segundo o jornal "SF Gate".
Lauren Price, de Maryland, apresentou um processo coletivo em uma corte de San José em nome do grupo de afetados e no seu documento, disponível na internet, alega que durante as eleições de 2016 foi alvo "frequente" de publicidade política dirigida a ela mesma enquanto utilizava o Facebook.
Price acusa o Facebook e a Cambridge Analytica de terem "menosprezado absolutamente" sua informação pessoal e a dos outros usuários, e concretamente, diz que a rede social sabia que a coleta de dados estava acontecendo e não a deteve ou "evitou ativamente descobri-la" para alegar que a ignorava.
Nesta quinta-feira, o advogado Jeremiah Hallisey apresentou uma ação também em San José, e em nome dos acionistas do Facebook, contra o diretor-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, sua diretora de operações, Sheryl Sandberg, e os membros do seu conselho diretivo, de acordo com o portal "The Verge".
Hallisey pede uma compensação que devolva aos acionistas sua posição prévia à polêmica e uma ordem judicial para que o Facebook melhore seus processos internos, já que alega que os acusados violaram sua "responsabilidade fiduciária".
Por sua parte, os acionistas Fan Yuan e Robert Casey apresentaram diferentes ações na terça e na quinta-feira em cortes de San Francisco e San José, respectivamente, contra Zuckerberg e o principal responsável financeiro do Facebook, David Wehner.
Segundo a emissora "NBC", ambos denunciantes pretendem transformar seus casos em processos coletivos e reivindicam da empresa as perdas financeiras derivadas de sua queda da bolsa após a revelação do vazamento de dados, que fez suas ações despencarem quase 7% e diminuiu em US$ 50 bilhões seu valor de mercado nesta semana.