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Fabricante Aston Martin passa a fornecer outros itens

A Aston Martin, famosa pelos carros usados nos filmes de James Bond, já não se restringe à indústria automobilística e aposta em iates, apartamentos e bolsas


	Aston Martin Vanquish V12: fabricante famosa pelos carros usados nos filmes de James Bond já não se restringe à indústria automobilística e aposta em iates, apartamentos e bolsas
 (Getty Images)

Aston Martin Vanquish V12: fabricante famosa pelos carros usados nos filmes de James Bond já não se restringe à indústria automobilística e aposta em iates, apartamentos e bolsas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 18h38.

A Aston Martin, famosa pelos carros esportivos usados nos filmes de James Bond, já não se restringe à indústria automobilística e passa a apostar em iates, apartamentos e bolsas. Assim, a fabricante britânica deixa de seguir o exemplo da rival Ferrari e volta os olhos para marcas como Hermès.

A nova loja no exclusivo distrito de Mayfair, em Londres, uma meca do consumo que abriga por exemplo uma megaloja da Louis Vuitton, representa a maior iniciativa da Aston Martin até o momento para posicionar a marca como fornecedora de diversos itens de luxo, e não apenas de atraentes carros de desempenho.

A loja no número 8 da rua Dover oferece vasos ornamentais, carrinhos de bebê que custam 3.000 libras (US$ 3.980) e bolsas de 1.100 libras, mas as ambições da Aston Martin vão muito além disso.

“Não seria ótimo estar em um porto de luxo e se hospedar em um apartamento Aston Martin, com seu Aston Martin estacionado na garagem e seu barco Aston Martin ancorado do lado de fora?”, pergunta o CEO Andy Palmer, em entrevista, na inauguração da loja, na quinta-feira.

A expansão da marca Aston Martin além de carros como o DB11, que custa US$ 215.000, pode confundir sua imagem, mas a empresa, uma das poucas fabricantes independentes de carros de luxo, pode ter pouca escolha.

Mesmo com o lançamento do crossover DBX, no fim da década, a demanda por veículos caros é limitada pela necessidade de defender a exclusividade e porque os consumidores de mercados como a China mostram pouco interesse nos carros esportivos. Isso pressiona a Aston Martin a buscar novas fontes de receita para retornar aos lucros por volta de 2018 e se preparar para uma eventual abertura de capital.

Sem bonés

A estratégia lembra os esforços de outras marcas de luxo para ir além de seus nichos tradicionais, como a expansão da Fendi para o ramo de hotéis e a incursão da fabricante suíça de relógios Hublot no setor de esquis.

Enquanto isso, a Ferrari, que também quer competir com empresas como Hermès e Prada, tem enfrentado dificuldades para avançar em um momento em que as mercadorias de luxo colidem com a necessidade de oferecer produtos acessíveis aos fãs de sua escuderia da Fórmula 1.

Na nova loja da Aston Martin, “você não vê muitos bonés”, disse Palmer. “Claro que existe um lugar para os fãs da marca -- eles vão à nossa concessionária, compram uma camiseta e tudo bem. Mas isto aqui é uma expressão do significado da Aston”.

Em meio à demanda lenta na China, a decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia rendeu benefícios inesperados, porque a queda da libra aumenta o valor das vendas da Aston Martin fora de seu país.

“O Brexit está realmente ajudando no momento”, disse Palmer. “Eu não sei se ainda estará nos ajudando daqui a dois anos, quando realmente sairmos da União Europeia -- se é que a previsão é essa --, mas no momento a desvalorização da libra é uma maravilha.”

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