Resultados: até 2025, a Rumo ALL pretende ampliar o transporte de grãos para exportação de 22 milhões de toneladas em 2014 para aproximadamente 39 milhões de toneladas (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2015 às 13h04.
São Paulo - A Rumo ALL anunciou nesta quinta-feira que seu plano de investimentos após a fusão da Rumo Logística com a América Latina Logística contempla 2,8 bilhões de reais em expansão de operações até o final de 2016 e mais 4,6 bilhões de 2017 até o fim de 2019.
Com a conclusão dos investimentos no curto prazo, a companhia projeta crescimento de 500 milhões de reais no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que deve chegar a entre 2,1 bilhões e 2,2 bilhões de reais até o final do ano que vem.
As iniciativas do plano de 18 meses têm início imediato e geram valor independente da extensão do prazo da concessão da ferrovia, com foco no aumento de eficiência operacional e na redução de custos, disseram executivos da empresa em teleconferência com analistas e investidores nesta quinta-feira.
O plano prevê a substituição ou reforma de locomotivas, vagões e recuperação de vias, gerando ganhos de volume transportado pela maior eficiência, e inclui a melhoria dos acessos dos portos de Santos e Paranaguá.
Segundo o vice-presidente financeiro da Rumo ALL, José Cezário Sobrinho, as projeções da companhia indicam que, a partir de 2017, findo o primeiro ciclo de investimentos de curto prazo, já haverá geração positiva de caixa, levando em conta os resultados e a maturação do investimento desse primeiro ciclo.
"Vamos batalhar para conseguir aumentar a capacidade, retirar restrições e gargalos, melhorar o processo de recepção no porto, para que a gente possa atender também essa demanda que existe no mercado de açúcar", disse o diretor-presidente da companhia, Julio Fontana, em teleconferência com analistas.
No longo prazo, em que os projetos de expansão são condicionados à extensão do prazo da concessão da ferrovia, o foco da empresa está no aumento de capacidade, afirmaram os executivos. Com os 4,6 bilhões de reais investidos em expansão até o final de 2019, o crescimento do Ebitda é projetado em 1,1 bilhão de reais, alcançando entre 3,3 bilhões e 3,5 bilhões de reais com a conclusão dos investimentos.
A companhia almeja construir 31 novos pátios nas Operações Norte e seis nas Operações Sul para aumento de capacidade, além de ampliar pátios existentes, adquirir novas locomotivas e vagões, aumentar a capacidade no terminal de Rondonópolis, entre outros.
Com isso, até 2025, a Rumo ALL pretende ampliar o transporte de grãos para exportação de 22 milhões de toneladas em 2014 para aproximadamente 39 milhões de toneladas.
No mesmo período, a intenção é elevar o transporte de açúcar a mercados externos de 6,4 milhões de toneladas para cerca de 20 milhões de toneladas.
No total, o plano de investimento da empresa entre 2015 e 2019 é estimado entre 10,6 bilhões e 11,7 bilhões de reais.
As ações da empresa recuavam 3,6 por cento, às 12h37, cotadas a 1,59 real, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1,13 por cento.
FINANCIAMENTO
No caso do plano de expansão de curto prazo, a companhia disse já ter 50 por cento do financiamento do investimento contratado. O restante será buscado junto ao BNDES, principalmente, mas também a agências de crédito a exportação e ao Fundo Centro-Oeste.
Já para o plano que vai até 2019, a companhia pretende recorrer às mesmas fontes e outras adicionais, incluindo o mercado de capitais, mas sem visualizar um aumento de capital.
Sobre até onde pode chegar a alavancagem da empresa, os executivos afirmaram que o pior momento já passou, após a relação dívida líquida sobre Ebitda da ALL atingir 5 vezes em dezembro de 2014. O patamar deve recuar com a consolidação dos resultados das companhias a partir do segundo trimestre, já que a Rumo tem um nível de alavancagem mais baixo.
Apesar dos executivos julgarem ser ainda muito cedo para estabelecer uma meta de alavancagem, eles afirmaram ver o patamar de 2,5 vezes como adequado no médio/longo prazo.