Mineração: a Anglo American Platinum registrou prejuízo líquido de US$ 760 milhões durante todo o ano passado (Nadine Hutton/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 08h34.
Cidade do Cabo - O executivo-chefe da Anglo American, Mark Cutifani, disse que este ano pode ser ainda mais difícil para as mineradoras e para os mercados de commodities que em 2015.
Em discurso durante uma conferência, Cutifani disse que os preços das commodities caíram cerca de meio ponto porcentual por mês desde que ele assumiu a companhia, há três anos. Perto das 8h (de Brasília), a ação da empresa recuava 0,65%.
A queda dos preços tirou da Anglo American cerca de US$ 350 milhões em receita, disse Cutifani. O revés puxou para baixo a ação da companhia. "É um número grande", notou ele durante o evento, referindo-se ao impacto na receita.
Para lidar com o recuo nas commodities, a Anglo American lançou um plano de reestruturação em dezembro, que envolve a eliminação de 85 mil empregos de sua folha de pagamento.
Cutifani disse na segunda-feira que a Anglo American também reduziu os custos em cerca de 30%, mas "precisamos fazer muito mais".
O executivo-chefe da empresa não ofereceu uma visão otimista do futuro no curto prazo, ao notar que "2016 já está se mostrando como o mais desafiador até agora" para as commodities. Segundo ele, há opiniões divergentes sobre se já se chegou ao piso de um ciclo. "As coisas podem, portanto, ainda ficar piores antes de melhorarem", afirmou.
Também nesta segunda-feira, a Anglo American Platinum informou que teve prejuízo líquido em 2015, em função de baixas contáveis e custos de reestruturação. A maior produtora mundial de platina enfrentou um cenário difícil, diante dos preços baixos do metal precioso.
A Anglo American Platinum registrou prejuízo líquido de 12,125 bilhões de rands sul-africanos (US$ 760 milhões) durante todo o ano passado, revertendo lucro de 624 milhões de rands do ano anterior, resultado em linha com projeção anterior da própria empresa.
A receita líquida foi de 59,8 bilhões de rands nos 12 meses até 31 de dezembro, alta de 7,6% ante 2015, quando a companhia enfrentou uma greve de cinco meses, a maior já ocorrida na África do Sul.