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EXCLUSIVO: Cacau Show terá parque de diversões de R$ 2 bilhões em SP; veja detalhes

Entre as atrações, haverá uma montanha-russa com 55 metros de altura, fusca bate-bate e atração com "vassoura de bruxa"

Alê Costa, da Cacau Show: "Será um dos equipamentos turísticos com maior impacto na América Latina" (Leandro Fonseca/Exame)

Alê Costa, da Cacau Show: "Será um dos equipamentos turísticos com maior impacto na América Latina" (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 09h00.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 16h39.

Desde que a Cacau Show comprou o Playcenter no início deste ano, as especulações sobre um possível novo parque foram elevadas à enésima potência. Agora, chegou a hora das teorias virarem realidade. A empresa de chocolate vai anunciar, nesta segunda-feira,  2, os detalhes sobre um parque de diversões de 2 bilhões de reais que construirá no interior de São Paulo.

O parque ficará num terreno de 7 milhões de metros quadrados, no quilômetro 84 da rodovia Castello Branco, na divisa entre Itu e Sorocaba. Desses, 950.000 metros quadrados serão de área construída, 400.000 deles com atrações inéditas no Brasil. O nome será Cacau Park.

O plano de Alexandre Costa, fundador do grupo e conhecido como Alê Costa, é que o parque esteja pronto em três anos. Além dos brinquedos, o complexo contará ainda com dois hotéis e um shopping ao ar livre.

"Será um dos equipamentos turísticos com maior impacto na América Latina. Queremos criar um espaço que conte a história do chocolate e inspire as pessoas com experiências educativas e culturais", diz Alê Costa, que recebeu a reportagem da EXAME em seu escritório para uma entrevista exclusiva sobre os planos para o novo parque.

Dos 2 bilhões de reais investidos, cerca de 600 milhões serão da própria Cacau Show. O restante virá de financiamento.

Como será o parque

A construção do parque começou com um movimento ousado: Alê Costa comprou 35 atrações de parques sem sequer ter um terreno.

"Eu estava começando a pensar nisso, e numa viagem à Europa, aproveitei para visitar fabricantes de atrações de diversão", diz. "Sai de um fabricante na Itália com contrato assinado para 35 atrações, num investimento de 60 milhões de euros".

Após fechar os contratos para as atrações, Alê voltou ao Brasil com um desafio e tanto: onde colocar esses brinquedos. Cogitou fazer o parque numa área ao redor do atual escritório em Itapevi, mas, primeiro não havia tamanho suficiente, e depois, legislações proibiam a construção de prédios muito altos por ali, por ser uma área de passagem de aviões.

O terreno escolhido apareceu por acaso. Alê tinha comprado a antiga fábrica da Pan e preparava uma homenagem para um antigo funcionário da empresa, cuja filha era sua amiga. Para viabilizar esta homenagem, contou com ajuda de uma terceira pessoa: a neta do fundador da Pan. Foi ela que, numa conversa no dia do incêndio da fábrica de Linhares, ofereceu o terreno para Alê.

"Subimos de helicóptero e, quando vi o lugar, soube que era ali. Compramos o terreno e as áreas ao redor, garantindo espaço para o que estamos planejando," diz o fundador.

O parque contará com uma narrativa que explora o universo do chocolate e da agricultura brasileira.

"Teremos áreas como o mundo fazendinha, onde as crianças poderão aprender sobre a produção de leite, cacau e morango", diz. "Também haverá simuladores de voo pela colheita de morango, além de um carrossel de bruxa montanhas-russas de padrão internacional. Uma delas será fabricada pelo mesmo fornecedor da atração de uma montanha-russa Tron, no Magic Kingdom, na Disney".

Outros destaques incluem:

  • Dois hotéis temáticos com mil quartos no total.
  • Um shopping ao ar livre.
  • Integração com a natureza: preservação das árvores locais e plantio de jabuticabeiras.

Para Alexandre Costa, o projeto é mais do que um parque de diversões; é uma estratégia de marca.

"Queremos criar uma conexão emocional com as pessoas", diz. "Participar dos momentos felizes das famílias é algo que nenhuma campanha de marketing consegue fazer. E nós temos o nome perfeito para isso: Show".

Veja a lista de atrações

  • A maior e mais rápida montanha-russa da América Latina, desenvolvida pela Vekoma, empresa responsável por 85% das montanhas-russas dos parques Disney. A estrutura terá 55 metros de altura, 120 quilômetros por hora, em apenas 5 segundos e 1 km
  • Carrinhos de bate-bate estilizados como Fuscas de 1988, que marca a história de Alê Costa, já que ele começou a vender chocolates num Fusca assim.
  • Rock Show, um espetáculo musical sobre rock’n roll

Além disso, o parque será dividido em 5 áreas temáticas:

  1. Fantástica Floresta do Cacau – Uma viagem ao coração da Amazônia
  2. Aventura Maia – Inspirada nas antigas civilizações mesoamericanas, que reverenciavam o cacau como um fruto sagrado
  3. Vila laCreme – Um tributo à arquitetura europeia
  4. Fábrica Show – Uma jornada pelos bastidores do chocolate
  5. Universo Dreams – Uma cidade encantada

A hora do show

A decisão de construir o parque é parte de uma estratégia maior da Cacau Show para se reinventar enquanto atinge os limites de crescimento no varejo tradicional.

"Estamos chegando perto de um teto de 6.000 lojas", diz. "Hoje temos 4.750, e já sabemos que a expansão por franquias não será infinita".

A alternativa? Expandir a experiência da marca para além das lojas.

"Tudo o que fazemos tem a ver com cacau e chocolate", diz. "Desde as lojas até os hotéis, queremos criar algo que envolva o consumidor com nossa história e nossos valores. O parque é uma maneira de tridimensionalizar essa experiência e elevar o nosso tíquete médio".

Nos últimos anos, a empresa tem explorado novos formatos. São 100 megastores, 1.000 containers temáticos, além de hotéis de luxo em Campos do Jordão e em Itapevi. O parque é a próxima etapa desse processo.

Como está a Cacau Show hoje

A Cacau Show, que começou como uma pequena empresa na Zona Norte de São Paulo em 1988, está completando 36 anos como um dos maiores nomes do setor de chocolates no Brasil.

"Vamos fechar o ano com um faturamento para o franqueado de 4 bilhões de reais e um faturamento final ao consumidor acima de 7 bilhões," diz Alê.

Atualmente, a empresa opera com três fábricas, incluindo uma em Linhares, no Espírito Santo, que foi reconstruída após um incêndio e agora conta com uma linha de panetones que produz 8 mil unidades por hora. Além disso, a empresa está investindo em autossuficiência na produção de cacau, com 7 milhões de pés de cacau planejados em plantações próprias.

"Somos 22.000 pessoas envolvidas com a empresa diariamente", diz. 

Com ambições que vão desde dobrar o número de franquias até expandir para mercados internacionais, a Cacau Show está determinada a transformar sua marca em uma referência global de entretenimento, experiência e, claro, chocolate. Chegou a hora do show.

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