São Paulo – Nesta noite, boa parte dos principais executivos do país esteve reunida na cerimônia do Melhores e Maiores da revista EXAME, no Monte Líbano, em São Paulo.
Na ocasião, 18 empresas que foram destaque nos setores em que atuam em 2013 foram homenageadas pela publicação. Dois grandes prêmios foram entregues: o de Empresa do Ano e de melhor companhia de Agronegócio.
"O Brasil precisa de uma reforma de valores. Precisa que cada um de nós possa olhar para a nossa empresa com profissionalismo, mostrando para todos que podemos dar certo", disse Fábio Barbosa, presidente executivo da Abril na abertura da cerimônia.
"Com este prêmio, destacamos as empresas que já são exemplos de profissionalismo", finalizou ele.
O principal destaque do evento foi da Marcopolo, eleita a Empresa do Ano desta 41ª edição. A estratégia traçada pela fabricante de ônibus para conquistar o mercado dentro e fora do país foi um dos pontos que levou a empresa a ser escolhida.
"O que somos hoje vem sendo construído dia após dia nos últimos 65 anos", disse Mauro Bellini, presidente do conselho da companhia. "Por isso este prêmio é resultado da dedicação e do compromisso de cada funcionário."
Inovação
Além da principal homenageada, as empresas premiadas destacaram-se por, principalmente, investirem em inovação. Em maneiras novas de garantir seus resultados mesmo em cenários adversos.
A capacidade de a CPFL se adaptar e de se recuperar foi crucial para a empresa no ano passado, em que o setor elétrico enfrentou grandes desafios.
Inovação também sempre foi o foco da Jacto, a empresa eleita a melhor do Agronegócio brasileiro em 2013.
“O câmbio e preço de commodities nos foi favorável em 2013, mas também estávamos bem organizadas para crescer, o que foi fundamental”, Jorge Nishimura, presidente da Jacto.
Na Aché, a renovação da cartela de produtos foi um dos fatores que contribuiu para o sucesso dos negócios.
“Fizemos uma renovação em nosso portfólio para adequá-lo à demanda e à preferência dos nossos médicos parceiros”, disse Vânia Nogueira de Alcântara Machado, diretora executiva comercial da companhia.
Para destacar-se no setor de atacado, a Ipiranga diversificou negócios e a empresa acredita que este o caminho para seguir sustentável.
"Para nós, a grande marca de 2013 foi a prontidão à mudança", afirmou Roberto Nagao, presidente da Innova, destaque do setor de Indústria Química e Petroquímica.
Futuro
Para 2014, as expectativas são de mais desafios – e o otimismo também.
Na Grendene, por exemplo, apesar da queda nas vendas de sapatos por conta da Copa do Mundo, a empresa já sabe como manterá o crescimento.
"Como nós lançamos várias coleções por ano, temos a oportunidade de fazer ajustes no número de produtos fabricados e preços para adaptar-se ao consumidor", afirma Francisco Schmitt, diretor de finanças e relações com investidores da companhia.
Para a Whirlpool, as incertezas de curto prazo não tiram o foco da companhia de seguir investindo no mercado brasileiro.
Tanto que a empresa vai lançar 10% a mais na comparação com o ano passado, chegando a 180 novos produtos até dezembro.
Na Votorantim Cimentos, um novo ciclo de investimentos será feito neste ano para aumentar a produção em 8 milhões de toneladas de cimento até 2018.
“Em 2013, entramos em seis novos países e contratamos quase 3.000 pessoas”, Walter Dissinger, presidente executivo da Votorantim.
A Dataprev é outra que deve seguir com os planos de investimentos para 2014. A companhia espera inaugurar mais um centro de processamento que deve triplicar a capacidade de a empresa multiplicar por 10 seu processamento.
* Com colaboração de Julia Pimentel, Luisa Melo e Saulo Pereira Guimarães.
-
1. Os destaques
zoom_out_map
1/19 (Miriam Fichtner/Pluf Fotos)
São Paulo – O que têm em comum a Natura, a Whirlpool, a Grendene e a Ipiranga? São empresas que fazem parte de um grupo muito especial: aquele formado por 18 companhias que driblaram as dificuldades do ano passado e conseguiram se destacar no mar de mediocridade que caracterizou a economia do país. Veja quem são a seguir.
-
2. Ipiranga
zoom_out_map
2/19 (GERMANO LUDERS)
Setor: Atacado Pelo quarto ano consecutivo a rede de postos
Ipiranga, empresa do Grupo Ultra, foi destaque no setor de atacado. A empresa segue na estratégia de investir em serviços dentro de seus postos de combustíveis, tanto que inaugurou 188 lojas de conveniência am/pm em 2013 – no total, já são 1.565 unidades. No ano passado as vendas totais da rede cresceram 7,5% e chegaram a 23,4 bilhões de dólares.
-
3. Marcopolo
zoom_out_map
3/19 (Divulgação/Marcopolo)
Setor: Autoindústria O congelamento das tarifas de ônibus urbanos, em 2013, esfriou um dos principais mercados da
Marcopolo. Ainda assim, as vendas da empresa cresceram 2% no ano e a rentabilidade sobre o patrimônio foi de quase 15%, graças à estratégia de buscar outras fontes de renda em um cenário adverso.
-
4. Jacto
zoom_out_map
4/19 (Jacto/Divulgação)
Setor: Bens de capital O que o cenário positivo para o agronegócio brasileiro tem a ver com a campeã do setor de bens de capital deste ano? Tudo. A Jacto, empresa do interior paulista que começou como uma oficina que consertava qualquer motor, é hoje uma das principais fornecedoras de máquinas agrícolas de alta tecnologia. Em 2013, a receita da empresa cresceu 23% e chegou a 613 milhões de dólares.
-
5. Natura
zoom_out_map
5/19 (Divulgação/Natura)
Setor: Bens de consumo
Avanços logísticos para a entrega mais rápida às consultoras e o lançamento da linha Sou, com preços mais baixos do que a média dos outros produtos, fizeram a
Natura virar o jogo na segunda metade de 2013 e acabar como o destaque do ano no setor de bens de consumo. As vendas da empresa chegaram a 2,8 bilhões de dólares e a rentabilidade atingiu 40%.
-
6. Whirlpool
zoom_out_map
6/19 (EXAME)
Setor: Eletroeletrônico Mesmo com a queda de vendas em 2013, a subsidiária brasileira da fabricante Whirlpool conseguiu aumentar o lucro em 27%, para 325 milhões de dólares. O segredo foi apostar em novos nichos de mercado, com produtos mais caros e não populares – além de investir em inovação e marketing.
-
7. Aché
zoom_out_map
7/19 (Lailson Santos/EXAME.com)
Setor: Farmacêutico
Em 2013, o Laboratório
Aché trocou de comando e passou por uma negociação de venda de controle, que acabou não acontecendo – processos que poderiam atrapalhar a operação da empresa. Pelo contrário, a companhia acabou por ser o destaque do setor com um aumento de 11% das vendas, já descontada a inflação.
-
8. Votorantim Cimentos
zoom_out_map
8/19 (Marcos Rosa/VEJA)
Setor: Indústria da Construção A integração dos negócios internacionais da Votorantim Cimentos, fruto da incorporação de ativos da portuguesa Cimpor, em 2012, rendeu bons resultados à companhia, destaque do setor da Indústria da Construção. As vendas chegaram a 2,8 bilhões de dólares em 2013 e o lucro subiu 51% em relação ao registrado no ano anterior.
-
9. Dataprev
zoom_out_map
9/19 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
Setor: Indústria Digital O investimento no aumento da capacidade de processamento e armazenamento de dados impulsionou os negócios da Dataprev, dona de um dos maiores bancos de dados da América Latina, em 2013. No período, a empresa faturou 444,2 milhões de dólares e o lucro chegou a 74,2 milhões de dólares.
-
10. Samarco
zoom_out_map
10/19 (Divulgação/Samarco)
Setor: Mineração Em 2013, a mineradora
Samarco, que pertence à Vale e à anglo--australiana BHP Billiton, investiu no aumento da capacidade, com o avanço das obras da nova usina de produção na cidade de Anchieta, no Espírito Santo. No ano, o lucro da companhia atingiu 1,3 bilhão de dólares e a empresa foi eleita a melhor do setor de mineração por Melhores e Maiores.
-
11. Mili
zoom_out_map
11/19 (Divulgação/Mili)
Setor: Papel e Celulose
Em 2013, as receitas da fabricante Mili somaram 321 milhões de dólares, valor 12,5% superior ao balanço anterior. As linhas de papel higiênico simples e de folha dupla respondem por 90% das vendas. Os outros 10% vem da comercialização de guardanapos, lenços e toalhas de papel, fraldas e absorventes.
-
12. Innova
zoom_out_map
12/19 (Divulgação/Innova)
Setor: Química e Petroquímica
Com apenas 219 empregados, a Innova obteve uma receita de 626 milhões de dólares em 2013, valor 16% maior em relação ao ano anterior. A empresa gera mais riqueza por empregado que qualquer outra do setor de Química e Petroquímica, segundo Melhores e Maiores.
-
13. Cielo
zoom_out_map
13/19 (ARQUIVO)
Setor: Serviços
Quase 450 milhões de reais em pagamentos foram processados pela
Cielo, em 2013 – número 17% superior em relação ao ano anterior. A empresa, líder do mercado de cartões, vem tomando cada vez mais distância em relação às concorrentes e tem planos para crescer ainda mais com ajuda dos 100 projetos de fidelização de clientes que possui em andamento.
-
14. Gerdau
zoom_out_map
14/19 (Divulgação)
Setor: Siderurgia e Metalurgia
A
Gerdau conseguiu um feito e tanto em 2013: vender menos e lucrar mais. Voltada para os mercados de construção civil, indústria e agronegócio, a empresa faturou 4,6 bilhões de dólares no ano, 20% mais em relação a 2012, e a rentabilidade cresceu de 5% para 8,4%, graças às medidas de gestão adotadas.
-
15. Telefônica
zoom_out_map
15/19 (Adriano Machado/Bloomberg)
Setor: Telecomunicações
Mesmo com o avanço da concorrência, a
Telefônica segue líder no setor de Telecomunicações com uma receita média por usuário de 24,8 reais por aparelho por mês, valor superior ao da média nacional, de 20 reais mensais. A empresa vem investindo pesado, desde 2011, para ampliar a infraestrutura de fibra óptica que chega à casa dos clientes e para expandir suas redes de 3G e 4G.
-
16. Grendene
zoom_out_map
16/19 (Divulgação)
Setor: Têxtil
Dona de marcas como Melissa, Rider e Ipanema, a
Grendene cresce 12% ao ano em receita e 15% em lucro desde 2008. Mas, em 2013, a companhia foi capaz de melhorar os negócios ainda mais. No ano, a receita da companhia em dólares subiu 16,6% e o lucro chegou a 157 milhões de dólares, valor 17% superior a 2012.
-
17. ALL
zoom_out_map
17/19 (José Gomercindo, Secs)
Setor: Transporte
Maior administradora de ferrovias do país, a
ALL pretende investir de 5 a 8 bilhões de reais até 2023, com o objetivo de dobrar sua capacidade de transporte. Para tanto, aguarda a aprovação pelo Cade da fusão com a Rumo, do grupo de açúcar e álcool Cosan, anunciada em abril.
-
18. Via Varejo
zoom_out_map
18/19 (Divulgação/ Via Varejo)
Setor: Varejo
Empresa criada em 2010, com a compra da rede Casas Bahia (da família Klein) pelo Grupo Pão de Açúcar, a
Via Varejo viu seu faturamento crescer 12%, em 2013, para 22 bilhões de reais. No ano, o lucro chegou ao maior patamar da história da empresa: 719 milhões de reais.