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Ex-presidente da Vale diz que não sabia do risco de queda de barragem

Executivo voltou a insistir que todos os relatórios foram atestados por empresas mundialmente reconhecidas em segurança de barragens

Fabio Schvartsman: "Vale cumpriu a legislação brasileira para mineração e barragens" (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

Fabio Schvartsman: "Vale cumpriu a legislação brasileira para mineração e barragens" (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de março de 2019 às 12h02.

Em depoimento no Senado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho e outras barragens, o ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, disse nesta quinta-feira, 28, nunca chegou ao seu conhecimento que houvesse risco iminente de rompimento de barragens da Companhia. "No caso de Brumadinho, posso afirmar categoricamente, que jamais chegou ao meu conhecimento nenhuma denúncia pelos canais oficiais da empresa ou quaisquer outros, nem mesmo os anônimos, relatando risco iminente de rompimento de barragens", afirmou.

O executivo insistiu que todos os relatórios, enviados à Diretoria e ao Conselho de Administração da Companhia, foram atestados por empresas mundialmente reconhecidas em segurança de barragens e indicavam estabilidade das barragens. Sobre a conduta da Tüv Süd, empresa alemã que atestou a estabilidade da barragem em Brumadinho, Fábio Schvartsman se disse surpreso. "Jamais imaginamos que uma companhia desse porte e reconhecimento poderia emitir um laudo em uma situação que não houvesse real estabilidade".

Em sua defesa, o ex-presidente da Vale, disse que sob sua administração, a mineradora cumpriu integralmente a legislação brasileira para mineração e barragens. Nesse sentido ressaltou que os investimentos da mineradora em segurança de barragens cresceram significativamente, foram de R$180 milhões, em 2017 para R$241 milhões, em 2018. Para 2019 o valor previsto é de R$256 milhões.

Nomes

Vários senadores insistiram que Fábio Schvartsman apontasse nominalmente quem são os responsáveis pela tragédia na Mina do Córrego do Feijão. "A responsabilidade, se houver, é certamente da área técnica. Não há duvida que houve algo tremendamente errado e tenho certeza que as investigações vão apontar os responsáveis", disse sem citar nomes. Questionado outras vezes sobre de quem é a responsabilidade pela instalação do refeitório e da área administrativa da Mina, bem próximas à barragem que se rompeu, o ex-presidente da Vale disse que as áreas técnicas de cada região tinham autonomia e independência financeira para essa tomada de decisão.

Histórico

Schvartsman é o primeiro convocado a depor pela CPI. Ele seria ouvido na última quinta-feira (21) na condição de convidado, mas em recuperação após uma cirurgia de catarata no olho direito apresentou um atestado médico e teve sua convocação aprovada para hoje. O presidente interino da mineradora, Eduardo Bartolomeo, também teve um requerimento de convocação aprovado e será ouvido pelos senadores em data que não definida.

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